
— Moça, você pode falar para aquele senhor lá da frente para pegar a pedrinha que está embaixo do assento dele?
Deve ter sido mais ou menos esse o pedido de minha mãe para uma das pessoas que estavam próximas de nós naquele trem rumo a Vitória, capital do Espírito Santo.
O vagão estava lotado e eu não parava de chorar desde que a referida pedrinha havia caído da minha mão e rolado até o último assento, lá atrás, há vários metros de distância.
Eu tinha por volta de 3 aninhos e minha mãe sabia muito bem que o choro não acabaria enquanto a pedrinha não voltasse para as minhas mãos.
Eu não me tranquilizaria com a promessa de que, quando chegássemos ao destino, ela me daria outra pedra. Tinha que ser AQUELA. Eu só queria AQUELA.
O que ela tinha de tão especial?
Objetivamente, nada. Era uma pedrinha como outra qualquer.
Mas, PARA MIM, ela tinha um SIGNIFICADO todo especial que eu só fui entender muitos anos depois, após conhecer o conceito de OBJETO TRANSICIONAL, proposto pelo pediatra e psicanalista inglês Donald Winnicott.
Aprendi que aquele forte apego que eu tinha pela pedra também é vivenciado pela maioria das crianças em relação a outras coisas, como fraldas, pedaços de pano, bichinhos de pelúcia etc.
Winnicott observou que, nos primeiros anos, meninos meninas tendem a se apegar de maneira especial a um determinado objeto a ponto de não suportarem ficar muito tempo longe dele.
Qualquer tentativa dos pais de trocá-lo ou até lavá-lo é fortemente rechaçada pela criança, como se estivessem querendo arrancar uma parte dela.
Por que isso acontece?
Por que eu me tornara tão tenazmente ligado àquela pedra assim como muitas crianças ficam profundamente apegadas a seus travesseirinhos e chupetas, por exemplo?
O que há de tão especial nesses objetos?
E por que Winnicott os chamou de objetos TRANSICIONAIS?
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