Por que Lacan disse que “o pai é uma metáfora”?

No ano acadêmico de 1957-1958, o psicanalista francês Jacques Lacan ministrou um seminário intitulado “As formações do inconsciente”.

Como de costume, o autor não se manteve restrito ao tema central do curso e enveredou por uma série de outros tópicos relacionados.

É nesse seminário, por exemplo, que Lacan começa a construir o seu famoso “grafo do desejo”.

Um dos assuntos sobre os quais o analista francês mais se debruça é o complexo de Édipo.

A certa altura do curso, mais especificamente na lição 9, ao introduzir sua perspectiva estruturalista sobre a dinâmica edipiana, Lacan diz o seguinte:

“É isto: o pai é uma metáfora”.

Trata-se de uma afirmação surpreendente e ousada.

Afinal, o autor está propondo que o pai que entra (ou não) em jogo no complexo de Édipo é, no fim das contas, um elemento de ordem puramente simbólica.

Dizer que o pai é uma metáfora significa dizer que ele é tão-somente um significante que substitui outro significante e captura o significado dele.

Sim. De fato, é isso o que acontece quando fazemos uma metáfora como “Aquele homem é um banana.”

Nesse exemplo, substituímos o significante “homem” pelo significante “banana”, fazendo com que o segundo capture e transforme o significado do primeiro.

Para Lacan, no complexo de Édipo, é exatamente isso o que acontece:

O pai enquanto significante, ou seja, não o genitor da criança ou qualquer pessoa de carne e osso, substitui o significante do desejo materno e, assim, dá um novo sentido a ele.

É claro que essa ideia só pode ser suficientemente bem compreendida com uma boa e didática explicação, certo?

E é justamente essa explicação simples e acessível que você encontrará na AULA ESPECIAL que foi publicada hoje (sexta) na CONFRARIA ANALÍTICA.

O título dela é “LENDO LACAN 11 – Metáfora paterna e complexo de Édipo” e está disponível no módulo AULAS ESPECIAIS – LACAN.


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“Não fica louco quem quer” (Jacques Lacan)

“Antes de eu nascer, eu já sabia disso tudo! Antes de eu estar com carne e sangue… E, é claro, se eu sou a beira do mundo!”

Esta é uma das inúmeras expressões delirantes proferidas por ESTAMIRA, no extraordinário documentário homônimo de 2004, dirigido por Marcos Prado.

Acompanhando as falas da “protagonista” ao longo do filme, somos tomados por um estranho FASCÍNIO.

Com efeito, não entendemos quase nada do que ela diz, mas, ao mesmo tempo, sentimos um intenso desejo de continuar a escutá-la por horas e horas a fio.

Esta-mira (assim mesmo, de forma escandida, como ela mesma se denomina em vários momentos) é, do ponto de vista psicanalítico, uma PSICÓTICA.

Apesar de achar que a Psicanálise não era capaz de tratar a psicose, Freud sempre se manteve interessado em compreender esse tipo de subjetividade.

Em 1924, no artigo “Neurose e Psicose”, ele propõe a tese de que o psicótico é alguém que rompeu sua relação com a realidade em função de um conflito insustentável com ela.

Em outras palavras, o que Freud está dizendo é que o nosso mundo se mostra tão INSUPORTÁVEL para certas pessoas que elas acabam sendo obrigadas a criar um OUTRO mundo só para elas.

A história de Estamira ilustra essa tese perfeitamente: perdeu o pai aos 2 anos, ficou aos cuidados de uma mãe “perturbada” (palavras dela), sofreu os mais variados abus0s desde criança…

Enfim, motivos não faltaram para que essa mulher voltasse as costas para a realidade compartilhada e forjasse para si um mundo PARTICULAR, no qual tinha “controle superior” (sic).

Mas por que será que ela não conseguiu encontrar outra saída para lidar com a crueldade da vida?

De fato, a existência pode ser extremamente dura e impiedosa com muitas pessoas, mas não são todas que se tornam psicóticas.

Que condição precisa necessariamente estar presente na história de certos indivíduos para que eles só tenham como saída o rompimento com a realidade compartilhada?

Para responder essa pergunta, o psicanalista francês Jacques Lacan formulou uma consistente e rigorosa teoria sobre as psicoses.

E na AULA ESPECIAL desta sexta-feira na CONFRARIA ANALÍTICA eu começo a explicar essa teoria para os alunos — em linguagem simples, didática e acessível.

O título da aula é “AULA ESPECIAL – Introdução à teoria lacaniana das psicoses (parte 01)” e já está disponível na Confraria no módulo “AULAS ESPECIAIS – LACAN”.


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A função paterna não depende da presença de um pai

Lacan teve uma sacada genial ao constatar que, para a constituição do sujeito, ou seja, para a transformação do filhotinho de Homo sapiens em um ser humano minimamente estruturado, a PRESENÇA do pai não é necessária.

Na verdade, nem a mãe biológica é absolutamente indispensável. Se houver outra pessoa disposta a realizar a função materna de cuidado físico e afetivo, o bebê pode se desenvolver de forma saudável, mesmo na ausência da genitora.

É o que acontece, a propósito, nos casos em que a mãe falece durante ou logo após o parto.

É claro que, para o bebê, NÃO É A MESMA COISA ser amamentado e cuidado por outra pessoa ao invés da mãe, mas o fato é que isso NÃO INVIABILIZA o crescimento saudável dessa criança.

Já no caso do pai, Lacan nos fez ver que não há sequer a necessidade de que haja uma PESSOA viva para poder desempenhar a função paterna.

Basta que exista o… NOME-DO-PAI, ou seja, um elemento simbólico que REPRESENTE o papel que TRADICIONALMENTE tem sido exercido pela figura do pai nas sociedades ocidentais.

QUE FIQUE BEM CLARO: Lacan não está dizendo que a presença do genitor na vida da criança seja irrelevante. O autor está apenas esclarecendo que, para a ESTRUTURAÇÃO BÁSICA da vida psíquica, é suficiente que haja um SÍMBOLO do pai.

Esse símbolo pode, inclusive, não ter qualquer relação com uma pessoa do sexo masculino.

Vamos pensar, por exemplo, numa família homoparental em que Téo, um menino de 2 anos, tem duas mães.

Imagine que uma delas, Lívia, a que está desempenhando a função propriamente materna, deixa o filho no quarto, explicando para ele que terão que se separar porque “agora é a vez da mamãe Taís”.

Essa fala, que mostra para Téo que ele não é a única bolacha do pacote e que a “a mamãe Taís” tem algo que a mamãe Lívia deseja, é uma forma possível de apresentar o Nome-do-Pai para essa criança.

Com efeito, a “mamãe” Taís, mesmo não sendo homem, está sendo exercendo, GRAÇAS AO DISCURSO da “mamãe Lívia”, a função simbólica de pai para Téo.

Quem está na CONFRARIA ANALÍTICA receberá daqui a pouco uma AULA ESPECIAL sobre o conceito de Nome-do-Pai, incluindo referências de leitura para aprofundamento.

Te vejo lá!


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O que é Nome-do-Pai?

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O que é complexo de Édipo? (parte 1)

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