Participe da CONFRARIA ANALÍTICA, uma comunidade exclusiva, com aulas semanais ao vivo comigo, para quem deseja estudar Psicanálise de forma séria, rigorosa e profunda.
Esta é uma pequena fatia da aula especial “Psicopatia e personalidade antissocial: uma introdução”, que já está disponível no módulo “AULAS ESPECIAIS – TEMAS VARIADOS” da CONFRARIA ANALÍTICA.
Participe, por apenas R$49,99 por mês ou 497,00 por ano, da CONFRARIA ANALÍTICA, uma comunidade exclusiva, com aulas semanais ao vivo comigo, para quem deseja estudar Psicanálise de forma séria, rigorosa e profunda.
A atenção da maioria de nós é facilmente capturada por aquilo que é inusitado, extraordinário, atípico.
Às vezes você está fazendo uma viagem de carro e percebe que o trânsito ficou mais lento.
Aí, quando vai ver, isso está acontecendo porque muitos motoristas à sua frente estão passando mais devagar para poderem observar o resultado catastrófico de um acidente no acostamento.
Nossa atração natural por fenômenos que se distanciam da normalidade é um dos fatores que explicam a enorme curiosidade que temos em relação aos chamados “psicop4tas”.
Muitos de vocês provavelmente já se perguntaram ao assistir entrevistas de s3rial kill3rs:
“O que será que levou esse cara a não sentir um pingo de compaixão por suas vítimas? Eu tenho pena até de gente que me faz mal. 😅 Como ele é capaz de ser tão frio e cruel?”
Pois é… Para a imensa maioria de nós, sentir culpa, pena, remorso é tão natural que a gente não consegue entender como alguém pode existir sem esses sentimentos.
Indivíduos que nos habituamos a chamar de “psicop4tas” sempre existiram.
Porém, foi só em meados do século XIX que eles passaram a ser vistos como seres verdadeiramente DOENTES e não como pessoas simplesmente más.
Se os caracterizássemos como DEFICIENTES não estaríamos sendo injustos.
Afinal, estamos falando de sujeitos nos quais FALTAM disposições PRÓ-SOCIAIS extremamente básicas, que estão presentes em quase todas as pessoas.
Para enfatizar que se trata de uma deficiência no campo das relações sociais, a Associação Psiquiátrica Norte-americana decidiu chamar a psicop4tia de “transtorno de personalidade antissocial”.
Mas o que será que causa essa deficiência?
O que precisa acontecer com uma pessoa para que ela se torne capaz de mentir, roubar, enganar e até m4t4r tranquilamente, sem qualquer tipo de inibição moral?
Há uma tendência genética para essa doença? Será que tem gente que já nasce assim?
Tem tratamento?
E o que a Psicanálise tem a dizer sobre tais pessoas?
Todas estas perguntas estão respondidas na AULA ESPECIAL “Psicop4tia e personalidade antissocial: uma introdução”, que já está disponível no módulo AULAS ESPECIAIS – TEMAS VARIADOS da CONFRARIA ANALÍTICA.
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Neste vídeo, você vai finalmente entender EM HUMANÊS por que Freud disse que a sexualidade infantil é perverso-polimorfa e aprender outras diferenças importantes entre a sexualidade adulta e a sexualidade infantil.
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01:23 – Terapeuta pode seguir paciente e vice-versa?
06:53 – Quando o adolescente não quer fazer terapia, posso atender um dos pais?
08:29 – Paciente me trouxe comida e aceitei almoçar com ele. Fiz certo?
13:00 – Psicanalista tentou me evangelizar
14:49 – Ter fantasias masoquistas significa estar na estrutura perversa?
16:23 – É salutar deixar o Id “passear” de vez em quando?
19:40 – Quais tópicos priorizar ao estudar Psicanálise?
21:03 – Ocorre transferência entre professor e aluno?
24:12 – Qual a diferença entre eu ideal e ideal do eu?
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As descobertas psicanalíticas mostram que os mesmos impulsos que suscitam comportamentos considerados “perversos” ou criminosos estão presentes em TODAS as pessoas.
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A sexualidade dita “normal” não é natural — eis uma das maiores descobertas feitas por Freud.
Numa longa nota de rodapé sobre a homossexualidade nos “Três Ensaios sobre a Teoria da Sexualidade”, o pai da Psicanálise diz o seguinte:
“Na concepção da psicanálise, portanto, também o interesse sexual exclusivo do homem pela mulher é um problema que requer explicação, não é algo evidente em si, baseado numa atração fundamentalmente química.” (p. 35 da edição da Cia. das Letras)
Eu sempre gosto de evocar esse trecho quando me perguntam sobre uma suposta explicação psicanalítica para a homossexualidade.
Com efeito, geralmente quem faz esse questionamento parece pressupor que a heterossexualidade não precisaria ser explicada, pois seria, como diz Freud, “algo evidente em si”.
Nada disso.
Freud se opôs à opinião moralista de sua época segundo a qual as perversões sexuais seriam desvios de uma suposta norma biológica.
Ele demonstrou que, na verdade, não temos uma via natural na dimensão sexual, de modo que a noção de “desvio” só faz sentido se tomarmos como parâmetro uma norma SOCIAL.
Freud nos fez ver que boa parte dos comportamentos perversos que aparecem de forma isolada na vida adulta já se manifesta espontaneamente na infância.
Nesse sentido, o estado original da nossa sexualidade está muito mais próximo daquilo que se passa nas perversões do que da “normalidade” heterossexual-genital.
Isso significa que a sexualidade dita “normal” é resultado de um processo de EDIÇÃO, de FORMATAÇÃO, de MODELAGEM — realizado pela sociedade.
— Entendi, Lucas. Mas, então, o que acontece nas perversões? Nelas, esse trabalho de recorte realizado pela cultura seria “mal feito”?
Mais ou menos.
De fato, para Freud, o comportamento perverso, assim como a neurose, resulta de um fracasso do processo de edição necessário para a constituição da sexualidade “normal”.
No entanto, esse aspecto é apenas a pontinha do iceberg da LÓGICA DE FUNCIONAMENTO das perversões.
Quem está na CONFRARIA ANALÍTICA receberá ainda hoje uma AULA ESPECIAL em que falo sobre essa lógica e outros aspectos da estrutura perversa.
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Neste vídeo: entenda como Freud transformou completamente a visão tradicional sobre a sexualidade humana ao demonstrar que somos, por natureza, sexualmente perversos e que, portanto, a sexualidade dita normal é construída e não natural.
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Antes de Freud, entendia-se que as perversões sexuais eram formas desviantes, anormais, degeneradas de vivência da sexualidade.
Em outras palavras, na cabeça do povo vigorava mais ou menos o seguinte raciocínio:
Se uma pessoa, por exemplo, sente prazer sexual e é capaz de chegar ao orgasmo simplesmente sendo amarrada, chicoteada e humilhada, isso significa que tal indivíduo se desviou, se verteu completamente (per-vertere) para o caminho sexual errado.
Na base desse pensamento está o pressuposto de que existe uma forma correta e NATURAL de viver a sexualidade: a forma genital-heterossexual-monogâmica.
Supostamente, todo o mundo nasceria voltado para esse “bom caminho” e apenas alguns malucos anormais, os perversos, se desviariam dele.
Freud vai produzir uma reviravolta nessa maneira tradicional de entender a sexualidade humana.
Observando que seus pacientes neuróticos viviam cheios de fantasias perversas na cabeça, apesar de viverem na prática uma sexualidade genital-heterossexual-monogâmica, Freud chega à conclusão revolucionária de que, na verdade, A PERVERSÃO É QUE É PRIMÁRIA E NÃO A “NORMALIDADE”.
Ou seja, Freud nos fez ver que a sexualidade genital-heterossexual-monogâmica é CONSTRUÍDA e não NATURAL.
Construída por meio de uma LAPIDAÇÃO, de uma espécie de MODELAGEM que se dá sobre uma condição perversa original.
Afinal de contas, a sexualidade infantil não é genital-heterossexual-monogâmica.
As crianças podem experimentar prazer sexual com as mais diversas ações, os mais diferentes objetos e em várias partes do corpo.
Isso significa que quando uma pessoa sente prazer sexual e é capaz de chegar ao orgasmo simplesmente sendo amarrada, chicoteada e humilhada, ela não está se desviando de uma suposta norma natural, mas simplesmente expressando uma potencialidade que já estava presente na infância.
Nesse sentido, o desenvolvimento (legítimo, diga-se de passagem) de uma sexualidade genital-heterossexual-monogâmica é resultado de um processo que consiste num “descarte” das diversas outras formas de prazer de que somos capazes de usufruir.
— Mas o que acontece com tudo isso que é “descartado”, Lucas?
Outro dia a gente fala a respeito…
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Da série “Postagens antigas que merecem ser respostadas”.
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Neste vídeo: entenda de forma simples, clara e didática por que Freud disse nos “Três Ensaios” que a “neurose é o negativo da perversão”.
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Um seguidor pergunta: quais as diferenças entre psicopata, sociopata, comportamentopata e louco?
Minha resposta: O sufixo “pata” remete à ideia de patologia, ou seja, de adoecimento. Nesse sentido, “psicopata”, “sociopata” e “comportamentopata” designariam formas de enfermidade psíquica. Nenhum desses termos é de natureza técnica. Podem até ser utilizados por psicólogos e psiquiatras em entrevistas para a mídia ou em publicações populares, mas não se referem a categorias diagnósticas previstas pela ciência da Psicopatologia. A meu ver, são expressões que deveriam ser evitadas, pois costumam ser aplicadas em situações que envolvem questões de caráter ético, contribuindo para o processo de medicalização de comportamentos que deveriam ser avaliados na esfera da moral e não da saúde. Por exemplo, outro dia vi um psiquiatra famoso dizendo que determinado político era um “comportamentopata”. O que temos a ganhar com a introdução desse termo? Por que não mantermos a crítica das atitudes do político no âmbito da moral e dizermos simplesmente que ele está agindo de modo contrário aos parâmetros éticos mais básicos de nossa civilização? Por que “patologizar” o sujeito ao invés de julgá-lo do ponto de vista moral? Não basta dizer que ele é mau e merece punição? Por outro lado, é importante deixar claro que muitas vezes esses termos servem para designar de modo inapropriado pessoas que de fato apresentam uma forma de adoecimento psíquico chamada “transtorno de personalidade antissocial”. Indivíduos que apresentam esse transtorno (e que só podem ser categorizados dessa forma após um processo de psicodiagnóstico sério e aprofundado) apresentam severas dificuldades para experimentarem empatia e sentimento de culpa, facilitando o envolvimento desses sujeitos com crimes e prejuízos a outras pessoas.
Para conferir o restante dessa resposta e as respostas para outras duas perguntas, acesse bit.ly/divadonapoli03
Divã do Nápoli é uma seção da minha coluna semanal no Diário do Rio Doce na qual respondo perguntas de seguidores aqui do Instagram.
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“Assim, os sintomas se formam, em parte, à custa da sexualidade anormal; a neurose é, digamos, o negativo da perversão”. Esta é a frase completa na qual aparece a famosa fórmula freudiana que dá título a essa postagem.
O que Freud quis dizer com isso?
Basicamente que os sintomas neuróticos (obsessões, compulsões, rituais, disfunções físicas, fobias etc.) são meios que uma pessoa que sofre de neurose encontra para satisfazer de forma disfarçada impulsos sexuais perversos reprimidos.
E o que são esses impulsos sexuais perversos? Ora, todas as formas de prazer sexual que não sejam estritamente genitais, ou seja, tudo o que está para-além da penetração do pênis na vagina.
Lucas, mas isso não é uma visão muito redutora da sexualidade? E o prazer oral? E a homossexualidade?
Calma! Freud não utiliza o termo perverso em um sentido pejorativo, mas com um propósito meramente descritivo e, eu diria, até subversivo na medida em que demonstra que a sexualidade “normal” é, em certo sentido, perversa.
De fato, para o pai da Psicanálise, é praticamente impossível ter uma vida sexual sem elementos perversos, isto é, sem a presença de modalidades de prazer que não sejam genitais, como o toque, o olhar, o beijo etc. Portanto, todos nós somos um pouco “perversinhos”…
E o neurótico? Bom, ele também. O problema é que o neurótico se defende de alguns desses prazeres perversos que nele se manifestam desde a infância com muita intensidade. Assustado com a força desses impulsos em si e condenando-se moralmente por possuí-los, o neurótico se reprime e acaba adoecendo. Assim, expressa suas “perversões” de forma negativa: ao invés de sentir prazer, goza com elas por meio do sofrimento dos sintomas.
Masoquismo designa originalmente um modo de obtenção de prazer sexual por meio da submissão a experiências de dor e humilhação.
Há algumas pessoas, inclusive, que só conseguem chegar ao orgasmo dessa forma. Essas precisam necessariamente encontrar alguém que esteja disposto a encenar o papel complementar ao do masoquista, isto é, o papel do sádico, aquele que obtém prazer sexual por meio da dominação e da aplicação de dor sobre o outro.
Embora a maioria das pessoas não precise necessariamente estar em alguma dessas posições para gozar, sabemos que níveis leves ou moderados de sadismo e masoquismo são encontrados com muita frequência nas relações sexuais.
Atento a essa indiscutível constatação, Freud propôs que impulsos de natureza sádica, ou seja, impulsos de dominação, e impulsos de caráter masoquista, isto é, impulsos de se fazer dominar, fossem considerados componentes naturais e espontâneos do nosso instinto sexual e que, portanto, estariam presentes em todas as pessoas, não só nos sádicos e masoquistas.
Essa proposição é revolucionária. Com efeito, se todos nós somos habitados (desde a infância) por impulsos sádicos e masoquistas, é preciso verificar quais são os destinos que damos a esses impulsos. Uma criação saudável ajuda a criança a integrá-los e utilizá-los a seu favor, sobretudo nas relações interpessoais (ela consegue, com naturalidade, por exemplo, dominar quando preciso e obedecer quando necessário). Por outro lado, uma educação coercitiva pode levar o menino ou a menina a reprimirem tais inclinações para o Inconsciente, fazendo com que a força delas aumente de forma significativa.
O resultado, nesse segundo caso, será a expressão do sadismo e do masoquismo de forma neurótica e sintomática. Não raro, por exemplo, vemos pessoas que, forçadas a reprimirem seus impulsos sádicos e masoquistas na infância, se tornam adultos medrosos, que expressam sua fantasia sadomasoquista reprimida nas relações interpessoais. Tais indivíduos estão sempre “procurando” alguém que, para eles, possa encarnar o papel do sádico dominador (que nunca puderam ser) e eles próprios estão frequentemente se colocando, a contragosto, na posição de masoquistas submissos.