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— Eu não queria falar de novo do Diego, Clara, mas não tem jeito… Toda semana acontece alguma coisa.
Foi assim que Larissa, uma jovem estudante de Direito, começou sua décima sessão de terapia com a psicanalista Clara.
— No sábado de manhã, a Maria, uma amiga que eu não encontrava há anos, me mandou uma mensagem dizendo que estava na cidade e queria me encontrar.
— Hum… — pontou a analista, demonstrando interesse pela narrativa.
— Como é uma amiga de quem eu gosto muito, já fui logo marcando com ela de nos encontrarmos à tarde nesse shopping que tem aqui perto.
— O Palace, né?
— Isso. Aí cheguei para o Diego toda feliz e falei com ele que iria encontrar a Maria mais tarde.
— Hum…
— Ele disse que eu não iria de jeito nenhum, que a Maria é uma piriguete que dá para todo o mundo e que não queria a mulher dele envolvida com gente desse tipo.
— Mas você foi mesmo assim?
— Não — respondeu Larissa com a voz já embargada — Dei uma desculpa para a Maria… Falei que eu tinha dado uma crise alérgica e tal…
Depois de dizer isso, a paciente começou a chorar e direcionou à terapeuta um olhar suplicante.
— Eu não aguento mais, Clara. Não quero mais viver presa desse jeito, mas eu não consigo sair dessa relação.
— E por que você acha que não consegue? Fale a primeira coisa que vier à sua cabeça.
— O primeiro pensamento que me veio foi “porto seguro”. O Diego é o meu porto seguro. Eu acho que sem ele eu ficaria completamente perdida. Ele mesmo já me disse isso…
Sem perceber, Larissa IDEALIZA a figura do marido.
Ao invés de enxergá-lo como um parceiro amoroso, a jovem o percebe como um ente absolutamente necessário para lhe dar sustentação na vida.
Na AULA ESPECIAL de hoje da CONFRARIA ANALÍTICA, falaremos justamente sobre o papel da IDEALIZAÇÃO na manutenção de vínculos doentios como esse.
Com base num trecho de um artigo de Melanie Klein, veremos por que certas pessoas se submetem voluntariamente a parceiros que encarnam para elas o papel de deuses superpoderosos.
A aula já está disponível na nossa plataforma! O título dela é “LENDO KLEIN #04 – Idealização, insegurança e relações abusivas” e está publicada no módulo “AULAS ESPECIAIS – KLEIN”.
Participe, por apenas R$49,99 por mês ou 497,00 por ano, da CONFRARIA ANALÍTICA, uma comunidade exclusiva, com aulas semanais ao vivo comigo, para quem deseja estudar Psicanálise de forma séria, rigorosa e profunda.
Muitas pessoas que se envolvem em relações abusivas têm a impressão de que elas são colocadas numa posição de submissão unicamente por conta do comportamento despótico do outro.
Cíntia, por exemplo, acredita que só se sentia inferior, indigna e dependente na relação com Fábio por conta da maneira controladora e violenta com que era tratada por ele.
Essa forma de pensar não é completamente equivocada.
De fato, depois que Cíntia terminou o namoro de 5 anos com o rapaz, ela passou a se sentir um pouco mais confiante e sua autoestima teve alguma melhora.
Isso mostra que, realmente, o comportamento abusivo de Fábio era um dos fatores que levavam a moça a ter uma visão tão depreciativa de si mesma.
Por outro lado, considerar que a fonte do sofrimento que essa jovem vivenciava no relacionamento era somente o namorado, nos faz perder de vista outro fator muito importante:
A PREDISPOSIÇÃO de Cíntia. Sim! Veja:
Se essa moça não tivesse uma predisposição a ACEITAR o comportamento abusivo de Fábio, ela não teria conseguido permanecer durante tanto tempo com ele.
Tão logo acontecessem as primeiras manifestações de violência verbal, ela já teria terminado.
— Ah, Lucas, mas sujeitos abusivos costumam ser altamente manipuladores e fazem uma verdadeira lavagem cerebral nas pessoas com quem se relacionam.
Sim, é verdade. Mas não são todas as pessoas que caem nesse processo de “gaslighting”, como dizem os americanos.
Manipuladores só conseguem manipular aqueles que têm predisposição para serem manipulados.
Quando você olha para a história de Cíntia, percebe que as sementes da autoestima baixa, da insegurança e do sentimento de inferioridade foram plantadas quando ela ainda era criança.
A moça só deu conta de ficar 5 anos com Fábio porque o modo como ele a fazia se sentir já lhe era bastante familiar. Ela nunca teve mesmo uma autoimagem muito positiva.
É por isso que a “cura” para pessoas que estão em vínculos abusivos não é simplesmente o término da relação, mas o tratamento dessa PREDISPOSIÇÃO que as levou a aceitarem os abusos.
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Lá em 2017 eu ministrei uma palestra com meu amigo @leonardosandroficial sobre os desafios da escolha profissional para adolescentes que estavam no Ensino Médio.
Na ocasião, o Léo proferiu uma máxima para aqueles jovens que fez morada na minha memória de longo prazo. Era algo mais ou menos assim:
— Toda profissão lhes trará dores de cabeça. Então, vocês precisam escolher quais dores de cabeça estão dispostos a ter.
Pois bem, penso que esse mesmo raciocínio que o meu amigo utilizou no campo da escolha profissional vale também para o âmbito das nossas escolhas AMOROSAS.
Não, eu não estou falando de paixão ou atração.
Essas coisas não estão sob o nosso controle. Nós não somos capazes de DECIDIR conscientemente por quais pessoas vamos nos apaixonar ou nos sentir atraídos.
Ao falar de “escolhas amorosas”, estou me referindo àquela DECISÃO (essa, sim, consciente) de entrar e se manter numa relação de LONGO PRAZO com uma determinada pessoa.
Ora, no mundo moderno, todo relacionamento desse tipo nasce da paixão ou, no mínimo, de uma forte atração entre os parceiros.
O problema é que a paixão inevitavelmente acaba após alguns meses (às vezes mais, às vezes menos) e a força da atração é consideravelmente atenuada pelo fenômeno que o @igormadeirapsi chamaria de “habituação”.
Nesse sentido, o que sustenta a manutenção de uma relação de longo prazo não são os afetos que impulsionaram a criação do vínculo.
São vários outros fatores.
Alguns deles são involuntários, como o apego, a estabilidade, a própria atração (que geralmente permanece, ainda que menos intensa), processos inconscientes etc.
Por outro lado, um relacionamento de longo prazo também se mantém graças à disposição dos parceiros de suportarem as “dores de cabeça” que ambos geram um ao outro.
Por “dores de cabeça” leia-se aqueles traços e comportamentos de cada um que perturbam o outro, causando incômodo, frustração, tristeza, raiva etc.
Nesse sentido, assim como escolher uma profissão é escolher as dores de cabeça profissionais que eu topo enfrentar, escolher uma parceria amorosa também significa escolher as dores de cabeça RELACIONAIS que eu estou disposto a suportar.
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Sempre que falamos de relacionamentos abusivos, nossa tendência é a de focar no sofrimento vivenciado por quem se sente abusado e nas manipulações do abusador.
Falamos sobre as estratégias de sedução do abusador, sobre como ele está sempre fazendo o abusado se sentir culpado e afastando-o do convívio com familiares e amigos etc.
A nos guiarmos pela forma com que o assunto é tratado na internet, fica sempre parecendo que o abusador é um Lobo Mau e o abusado é uma pobre Chapeuzinho Vermelho ingênua e desamparada.
Essa chave interpretativa pode ser utilizada legitimamente se estivermos falando de abusos cometidos por ADULTOS CONTRA CRIANÇAS.
Afinal, em função de sua vulnerabilidade e fragilidade naturais, uma criança de fato NÃO TEM COMO SE DEFENDER de um adulto abusador, especialmente quando se trata de um familiar.
Por outro lado, quando nos referimos a relações entre dois adultos, a fábula do Lobo Mau e da Chapeuzinho Vermelho precisa ser deixada para os livros de contos de fada.
Com efeito, ao contrário de uma criança, um adulto EM TESE pode sair a qualquer momento de uma relação na qual se sente abusado. Não há nada que o obrigue a permanecer ao lado do abusador.
— Ah, Lucas, mas e a dependência emocional?
Pois é!
Aí é que entra a questão para a qual eu gostaria de chamar a atenção de vocês.
Quando concentramos nossa atenção apenas nas “maldades” do abusador e no sofrimento do abusado, perdemos de vista a seguinte verdade fundamental:
Para uma existir uma relação abusiva ENTRE ADULTOS, precisa haver sempre um abusador e uma pessoa QUE SE DEIXA ABUSAR.
É óbvio que o abusado não se deixa abusar porque “gosta de sofrer”. É evidente que está em jogo um processo de dependência emocional.
No entanto, essa dependência não acontece apenas por causa das manipulações do abusador.
Os sádicos que gostam de fazer cosplay de Lobo Mau só conseguem manipular quem SE COLOCA na vida COMO uma Chapeuzinho Vermelho.
Não se trata de culpar a vítima, mas de reconhecer a dura realidade de que o abusado inconscientemente SE DEIXA manipular.
E enquanto não for capaz de investigar e TRABALHAR as razões pelas quais faz isso, continuará sempre sujeito a novas manipulações.
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A Psicanálise descobriu que, no fundo, a gente AMA os nossos sintomas e não queremos nos livrar deles. Na verdade, a gente só quer eliminar as “despesas” que eles geram.
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Num relacionamento amoroso, pessoas que apresentam uma personalidade DOMINADORA se sentem muito à vontade para praticarem atos de desrespeito, como invadir o espaço do parceiro ou proferir palavras grosseiras e agressivas.
Como são mais independentes, elas não se preocupam com o possível sofrimento que vão provocar no outro porque não têm medo de serem deixadas.
Pelo contrário: se o parceiro se queixa de estar sendo desrespeitado, o sujeito dominador é o primeiro a dizer “OK, não está satisfeito? Então, vamos terminar.”.
Além disso, o dominador tem uma resistência patológica a reconhecer os próprios erros.
Por isso, jamais se percebe como desrespeitoso. Na cabeça dele, todos os seus atos, por mais agressivos e violentos que sejam, são apenas reações compreensíveis a erros cometidos pelo parceiro.
Ele nunca tem culpa de nada.
Geralmente tais pessoas só conseguem manter relacionamentos de longo prazo com parceiros que são o oposto delas, ou seja, que, ao invés de dominadores, são submissos, dependentes e se culpam com muita facilidade.
Tais parceiros aceitam os desmandos, invasões e abusos do dominador por basicamente duas razões que se complementam:
(1) Não conseguem se perceber como pessoas autônomas e capazes de tocar a própria vida sozinhas. Por isso, se iludem acreditando que não conseguirão viver sem o parceiro.
(2) Nutrem uma admiração, um encantamento, um tesão mesmo pela assertividade, força e independência que o sujeito dominador demonstra.
— Lucas, você acabou de me descrever. O que eu devo fazer?
Já sabe minha resposta, né?
Você precisa fazer terapia, ora bolas!
É preciso tratar essa imaturidade que não lhe permite se perceber como uma pessoa independente e elaborar esse tesão masoquista pelo comportamento dominador.
— Se eu me tratar, Lucas, será que meu parceiro vai mudar? Será que ele vai passar a me respeitar?
Pode ser que sim, pode ser que não, mas o fato é que VOCÊ vai mudar.
Vai mudar tanto que se ele não conseguir suportar a mudança e quiser terminar, você terá a segurança e a tranquilidade de poder dizer:
Já vai tarde.
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Você tem se sentido há muito tempo insatisfeito com seu relacionamento, mas mesmo assim não consegue terminar?
Você e seu parceiro ou parceira brigam com frequência e a ideia de se separar não sai da sua cabeça?
A insatisfação nos relacionamentos amorosos é uma das principais razões que levam pessoas a buscarem a ajuda de um psicanalista.
Em geral, os pacientes que padecem desse problema chegam proferindo um rosário de reclamações a respeito dos seus parceiros ou parceiras.
“Ele nunca me dá atenção!”.
“Ela implica com tudo o que eu faço!”.
“Ele só me responde com patadas!”.
Essas são algumas das queixas típicas que aparecem nesses casos.
Uma pessoa ingênua (ou insensível) pode olhar para essa situação e dizer: “Mas se está tão ruim, por que eles não se separam logo?”.
Eis a questão!
O paciente procura análise justamente porque, apesar de não estar satisfeito, simplesmente não consegue colocar um ponto final na relação.
Do ponto de vista psicanalítico, qual é o manejo clínico nesses casos?
Diferentemente do que acontece em outras formas de terapia, na Psicanálise nós não ajudaremos o paciente a desenvolver estratégias para conseguir sair da relação.
— Uai, Lucas, por que não? Não é isso o que ele está pedindo?
Sim, mas quem disse que na Psicanálise a gente fornece ao paciente o que ele está conscientemente demandando? 😉
O psicanalista oferece o que o seu paciente verdadeiramente PRECISA.
E do que precisa alguém que não está conseguindo sair de um relacionamento insatisfatório?
Ora, precisa, acima de tudo, sair da posição de vítima do jeito de ser do outro e refletir sobre as FUNÇÕES INCONSCIENTES que aquela parceria exerce para ele.
Ou seja, o paciente precisa analisar o papel SINTOMÁTICO daquela relação em sua vida.
Se ninguém está obrigando o sujeito a ficar com a pessoa que o deixa tão frustrado, a pergunta é: “Por que, então, ele continua ESCOLHENDO permanecer com ela?”.
Portanto, o manejo clínico nesses casos consiste em estimular o paciente a descobrir quais são as PENDÊNCIAS da sua história de vida que estão sendo “resolvidas” por meio do relacionamento insatisfatório.
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O relacionamento está péssimo. Você não se sente bem ao lado dessa pessoa. Todavia, mantém o vínculo na esperança de que chegará o dia em que ela vai mudar. Você se identificou com essa descrição? Então, assista ao vídeo.
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Uma das razões que levam algumas pessoas a se manterem presas a relações abusivas é a falta de reconhecimento do próprio valor intrínseco.
Parece papo de auto-ajuda, né?
Dane-se!
Prefiro que algumas de minhas contribuições pareçam auto-ajuda, mas EFETIVAMENTE ajudem pessoas em sofrimento do que ficar posando de intelectualzão erudito que apenas quer gozar narcisicamente com seu saber vazio e inútil.
Dito isso, voltemos ao assunto do texto.
Quando eu falo de vínculos abusivos, não me refiro apenas a relações amorosas, mas também a laços familiares, de amizade e de trabalho.
Entre os vários fatores que podem fazer uma pessoa SE DEIXAR ABUSAR pelo outro, um deles é a incapacidade que alguns indivíduos têm de EXIGIREM RESPEITO.
Geralmente, essas pessoas confundem o reconhecimento do próprio valor intrínseco com vaidade e egoísmo.
Elas acreditam que, se deixarem de colocar os interesses do outro em primeiro lugar, tornar-se-ão mesquinhas, arrogantes e soberbas.
Essa confusão é muito comum na cabeça daqueles que conviveram na infância com pais que, DE FATO, eram egocêntricos e autoritários.
Como pais desse tipo não conseguem dar todo o amor e validação que a criança precisa (afinal, só pensam nos próprios interesses), os filhos não olham para essas figuras parentais com admiração.
Pelo contrário: a criança as toma como exemplos do que ela NÃO QUER SER.
Afinal, pais assim geralmente tratam seus filhos de forma excessivamente castradora, intimidadora ou com indiferença.
E é aí que se forma a confusão!
Como o exemplo que o sujeito teve de ALGUÉM QUE SE PRIOPRIZA foi o desse pai ou mãe egocêntrico(a) e autoritário(a), na cabeça da pessoa a ideia de RECONHECER O PRÓPRIO VALOR passa a estar diretamente ligada a… egocentrismo, autoritarismo, arrogância etc. — características que ela não quer ter jamais!
Nesses casos, um dos objetivos de um bom processo psicoterapêutico deve ser o de ajudar o sujeito a desfazer esse mal-entendido.
RECONHECER O PRÓPRIO VALOR INTRÍNSECO não é ser narcisista ou vaidoso, mas simplesmente admitir o fato óbvio de que NINGUÉM tem o direito de nos desrespeitar — não por aquilo que fazemos ou temos, mas pelo simples fato de existirmos.
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Relacionamentos amorosos de longo prazo oferecem o contexto de intimidade mais próximo daquele que vivenciamos na relação com nossos pais.
Essa é condição que favorece o possível uso de nossos namoros e casamentos como palcos nos quais representamos os dramas do passado que ficaram mal resolvidos.
Por exemplo: uma mulher pode ter convivido na infância com um pai carinhoso, mas que, na maioria das vezes, estava ausente. Por conta disso, a filha ficava constantemente num estado de expectativa e frustração. Na idade adulta, essa pessoa escolhe como parceiro amoroso justamente um homem que a faz se sentir da mesma forma que se sentia na relação com o pai: frustrada e à espera de migalhas de amor. Com efeito, o parceiro é extremamente afetuoso quando está com ela, mas esses momentos são raros, pois ele frequentemente “some” ou diz estar indisponível.
Você pode estar se perguntando: mas, Lucas, por que ela escolheu alguém que a faz reviver as frustrações da infância? O natural não seria buscar uma pessoa que fosse capaz de estar sempre presente, ao contrário do pai?
Não. Inconscientemente nós não conseguimos simplesmente deixar para lá nossas questões mal resolvidas da infância e “partir para outra”. A gente quer mudar o passado. A criança que fomos e que ainda vive inconscientemente em nós quer voltar no tempo e alterar o modo como as coisas aconteceram.
É por isso que a mulher do exemplo não se interessou por um cara que não lhe deixaria frustrada e ansiosa por sua presença. Para tentar alterar simbolicamente o passado, ela precisou encontrar um homem que tivesse os atributos necessários para encenar o papel de seu pai. Agora, estando ao lado de um cara carinhoso, mas que sempre frustra suas expectativas e a abandona, ela consegue reproduzir a situação infantil.
O que essa mulher busca no fim das contas? Converter o parceiro. Transformá-lo no pai com o qual ela sempre sonhou, mas nunca teve: um pai que se mantivesse carinhoso, mas fosse muito mais presente.
Em outras palavras, ela quer usar o presente para mudar o passado.
Você acredita que na sua relação amorosa atual ou em relacionamentos passados esse fenômeno aconteceu?
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“Enquanto tiver cavalo, São Jorge não anda a pé”. Enquanto você consentir em ser abusado, o outro continuará mantendo o padrão de opressão e coerção no relacionamento. Para sair de uma relação abusiva, você precisará ser capaz de assumir a responsabilidade por SE DEIXAR ABUSAR e compreender os motivos pelos quais se submete à opressão. Assista ao vídeo e entenda isso em detalhes.