Onde estão os amores repletos de cobras
Que em meu peito jazem tortas e em vão procuro?
Que loucos amores têm ganhado?
A saudade de tempos que não existem
O crime nunca realizado
As desculpas pelo não-feito
O perdão moral
E todo o vendaval
De promessas escarnecidas
O som da voz inconsciente
O paladar é bem melhor quando se sente o beijo molhado
Sem gosto, só tato
Quem me dera ter todos os colares
De pérolas esquecidas
Em corpos nunca dantes navegados
Com sibilos e abraços apertados
Calma, ainda não é hora
O choro mata qualquer manobra
Eis que sou Deus, agora!