
“Que objeto lhes resta para amar senão eles mesmos?”
Esta é uma frase emblemática de André Green que se encontra logo nas primeiras páginas do prefácio à coletânea de artigos do autor “Narcisismo de vida, narcisismo de morte” (Escuta, 1988).
Ao enunciar essa pergunta retórica, Green está se referindo ao narcisismo como patologia e não à condição narcísica que está presente em todos nós.
Em Humanês: todo o mundo é meio apaixonado pelo próprio eu, mas há pessoas que só têm olhos para si mesmas…
Trata-se de uma DEFESA.
Defesa frente a uma decepção amorosa que aconteceu num momento muito precoce, em que o sujeito ainda não dava conta de suportar a “sofrência”.
Eis o que diz André Green: “É preciso, aqui, recuperar as evidências: os narcisistas são pessoas feridas […] Frequentemente a decepção, cujas feridas ainda estão em carne viva, não se limitou a um dos pais, mas a ambos.”
Em outras palavras: no centro da alma de um narcisista há um amor não correspondido pelos cuidadores primários, um apelo sem resposta, a dor de começar a jornada da vida sem uma recepção calorosa.
É como se todo narcisista dissesse: “Já que não fui amado, preciso encarregar-me da tarefa de ser o meu próprio amante. Quem precisa dos outros quando se tem a si mesmo?”
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