
A interpretação é um dos diversos tipos de intervenção que o psicanalista pode fazer durante de uma sessão de análise.
Interpretar consiste em expressar aquilo que, com base em vários indícios, o analista deduz que esteja se passando inconscientemente com o paciente.
Uma interpretação adequada deve ser uma formulação mais próxima possível daquilo que efetivamente acontece no interior do analisando.
Podemos diferenciar dois objetivos que precisam ser alcançados por uma boa interpretação:
1 – Ela deve ajudar o paciente a integrar fantasias, desejos, impulsos etc. que vinham “rodando” em seu Inconsciente e se manifestando de forma distorcida pela via dos sintomas, sonhos e atos falhos.
2 – Ela deve servir como um sinal para o paciente de que o analista está “sintonizado” com ele, contribuindo para que o analisando se sinta acolhido pela escuta do terapeuta.
Portanto, a interpretação não serve só para trazer à luz aquilo que estava no Inconsciente, mas também (e fundamentalmente) para proporcionar ao paciente a experiência de se sentir cuidado e amparado pelo analista.
Quando é utilizada pelo terapeuta tão-somente como um meio de “jogar na cara” do paciente as verdades que supostamente estariam em seu inconsciente (e isso, infelizmente, acontece), a interpretação se torna traumática.
Por isso, como Freud recomenda, o analista só deve comunicar uma interpretação quando percebe que o paciente já está suficientemente próximo de alcançar por conta própria o conteúdo dela.
Quando o terapeuta tem essa sensibilidade, suas interpretações não são sentidas como “tapas na cara”, mas como expressões de atenção e cuidado.
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