
Quando procuramos terapia, temos a tendência de avaliar todos os comportamentos que nos fazem sofrer como necessariamente patológicos.
No entanto, algumas condutas podem ser fonte de sofrimento não porque sejam de fato doentias, mas por conta da maneira como nos relacionamos com elas.
Uma moça muito religiosa, por exemplo, pode procurar análise por se sentir aflita e culpada em função dos impulsos eróticos que sente por outras mulheres.
Por conta de sua história de vida, é natural que essa paciente deseje se livrar desses desejos.
No entanto, em terapia, ela verá que tais inclinações não são em si mesmas patológicas e que seu sofrimento decorre, na verdade, da autocondenação por experimentá-las.
Perceba: nesses casos, o terapeuta não ajuda a paciente a parar de se comportar da forma como se comporta, mas a mudar seu olhar sobre a própria experiência.
Outro exemplo: João procura terapia porque alguns familiares lhe disseram que ele gosta sempre de estar no controle e que essa é uma atitude que o rapaz deveria mudar.
Todavia, foi graças ao desejo de querer estar sempre no controle que esse paciente conseguiu uma rápida escalada em sua carreira no mundo corporativo.
Desde que era estagiário, João sempre assumiu naturalmente uma posição de liderança entre os seus colegas justamente por não se sentir à vontade estando sob o controle de outras pessoas.
Em terapia, o rapaz constatou que a tendência controladora não era uma característica que ele deveria necessariamente perder, mas tão-somente “domesticar” para não manifestá-la em excesso.
Diferentemente de outros métodos terapêuticos, na Psicanálise nós não queremos encaixar o paciente em um suposto molde universal de saúde mental.
Por isso, quando alguém nos procura, não impomos a ele uma listinha de comportamentos patológicos a serem extirpados e comportamentos saudáveis a serem desenvolvidos.
No decorrer de uma análise, há sintomas que a gente perde (porque não nos servem para nada mesmo), mas há outros com os quais a gente aprende não só a conviver, mas também a amar.
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Que maravilha receber este feedback, Nicolino! Muito obrigado! Grande abraço!
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