O psicanalista pode ficar anotando durante as sessões?

Freud tinha uma visão utópica acerca do trabalho do psicanalista.

Ele acreditava que o terapeuta deveria ser capaz de escutar tudo o que o paciente diz com o mesmo nível de atenção e de forma absolutamente imparcial e objetiva.

Dessa forma, pensava Freud, o analista conseguiria fazer interpretações sem distorcê-las com suas expectativas ou inclinações pessoais.

Ora, qualquer profissional de Psicanálise (que seja franco e honesto) reconhecerá que essa visão é totalmente IDEALIZADA.

Na prática, por mais “analisado” que seja, nenhum psicanalista é capaz de apagar completamente sua pessoa e converter-se tão-somente num espelho 100% puro e cristalino.

Mas por que estou falando isso?

Porque foi nessa concepção utópica que Freud baseou sua clássica recomendação de que os analistas não deveriam ficar fazendo anotações durante as sessões com seus pacientes.

O médico vienense acreditava que tomar notas era algo que atrapalharia a atenção flutuante, isto é, a prática de prestar o mesmo grau de atenção a tudo o que o paciente fala.

E por que atrapalharia?

Porque, ao anotar a frase X, por exemplo, e não a frase Y, o terapeuta estaria fazendo uma SELEÇÃO do material, dando mais atenção à frase X do que à frase Y.

Ora, é óbvio que essa “seleção” é um processo praticamente inevitável, que acontece na cabeça de todo analista, ainda que ele não faça nenhuma anotação.

Porém, por conta de sua visão idealizada do psicanalista, Freud realmente achava que era possível manter a atenção flutuante o tempo todo…

Em 2007, Howard B. Levine escreveu um pequeno artigo em que apresenta um contraponto a essa recomendação freudiana de não fazer anotações.

Partindo de sua experiência clínica, o psicanalista norte-americano demonstra que, em certos casos, tomar notas durante a sessão pode FAVORECER a atenção flutuante ao invés de atrapalhá-la.

Ficou curioso para conhecer a visão de Levine?

Então, você precisa assistir à AULA ESPECIAL de hoje (sexta) na CONFRARIA ANALÍTICA.

Nela eu comento o artigo do autor e mostro que fazer anotações pode ser uma ótima ferramenta para certas situações muito comuns na clínica contemporânea.

O título da aula é “AULA ESPECIAL – O analista pode fazer anotações durante a sessão?” e já está disponível no módulo AULAS ESPECIAIS – TEMAS VARIADOS.


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