A gente faz Psicanálise porque duas cabeças pensam melhor do que uma.

Muitas vezes só conseguimos encontrar saídas para certos problemas quando alguém nos ajuda a pensar sobre eles.

Considerando minha experiência clínica, especialmente nos últimos anos, tenho chegado à conclusão de que a terapia psicanalítica consiste exatamente nisso:

Uma experiência dialógica em que uma pessoa (o analista) ajuda outra (o paciente) a pensar melhor SOBRE SI MESMA.

É claro que isso não ocorre sempre.

Por mais surpreendente que isso possa parecer, há pacientes que NÃO estão interessados em pensar melhor sobre si mesmos.

Certas pessoas procuram análise apenas para terem alguém que as escute. Sim, elas não desejam refletir e sequer ouvir o que o analista tem a dizer. Só querem falar.

Há também aqueles que buscam simplesmente a experiência de conversar com alguém que não irá julgá-los ou condená-los. Não querem pensar sobre nada. Na verdade, não suportam…

Mas a maioria dos pacientes vem à terapia porque quer mudar o seu jeito de ser e acredita que precisa da ajuda de outra pessoa para conquistar esse objetivo.

Nesses casos, o que o analista faz?

Basicamente coloca sua mente a serviço do paciente.

Renuncia a seus preconceitos, abandona suas preocupações pessoais e, durante 40 a 50 minutos de sessão, empresta seu psiquismo para que o analisando utilize-o para pensar sobre si mesmo.

É óbvio que esta forma de descrever o processo é uma figura de linguagem.

Na prática, o que acontece é que o paciente conta suas histórias e pensamentos e o analista expande o universo reflexivo do sujeito com seus comentários, perguntas e interpretações.

Nesse momento, você pode me perguntar:

— Uai, Lucas, mas se a Psicanálise é isso, qual a diferença entre ela e uma boa conversa com um amigo?

A diferença está na posição ocupada pelo interlocutor: o amigo fala do seu próprio ponto de vista, impregnado de preconceitos e vieses pessoais.

O analista, por sua vez, esforça-se para abandonar o seu ponto de vista pessoal e mergulha no psiquismo do paciente.

É claro que essa tarefa nunca é cumprida com perfeição e o analista, por vezes, deixa escapar seus preconceitos e vieses.

Mas, pelo menos, ele SE ESFORÇA MUITO para abandoná-los. E isso faz toda a diferença…


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