[Vídeo] Nossas inúteis batalhas interiores

Frequentemente o adoecimento emocional é o resultado de guerras que estabelecemos nos confins da alma contra desejos inofensivos, restos de papai e mamãe e outros elementos com os quais não conseguimos conviver pacificamente.


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[Vídeo] Você tem uma alma dividida

E se eu te disser que existe uma forte e espessa parede separando sua alma em duas partes? E que, por conta disso, existe uma luta por cidadania sendo travada dentro de você?


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Por que temos tanta dificuldade de assumir os nossos B.O.s?

Imagine a seguinte situação:

Uma pessoa lhe pede um favor. Você a ajuda, mas, ao mesmo tempo, diz para si mesmo que não deveria estar fazendo isso, seja porque a pessoa não merece, porque você está sacrificando seu tempo livre ou por qualquer outro motivo.

Já passou por isso?

Essa é uma circunstância que revela o fato de sermos seres divididos: podemos escolher fazer uma coisa e simultaneamente não desejar fazê-la.

Por outro lado, há um efeito colateral bastante pernicioso no ato de realizarmos uma ação que nós mesmos achamos que não deveria ser levada a cabo.

Quando isso acontece, a gente experimenta a FALSA sensação de não estarmos escolhendo, de não sermos livres para decidir.

Por que se trata de uma sensação falsa?

Porque estamos sempre escolhendo, ainda que nós mesmos não concordemos com determinadas decisões.

Quando uma jovem se queixa de que “precisa” ajudar sua mãe, apesar de toda a mágoa que sente por ela, está escondendo de si mesma a consciência de que socorrer a genitora é uma escolha e que, se quisesse, poderia decidir não ajudar.

Mas por que essa jovem simplesmente não reconhece que amparar a genitora é uma decisão sua e não algo que supostamente ela “precisa” fazer?

Porque TODOS NÓS temos uma dificuldade enorme de assumir a responsabilidade por nossas escolhas.

É muito mais fácil, por exemplo, para um homem imaginar que ele TEVE que fazer um curso superior não porque de fato ESCOLHEU se graduar, mas porque isso seria uma exigência social.

Pode ser que ele realmente tenha decidido entrar na universidade por achar que a sociedade lhe demanda tal atitude, mas, de todo modo, estava fazendo uma escolha: a escolha de querer se adequar aos supostos imperativos sociais.

Todavia, admitir isso seria difícil para esse homem. Afinal, implicaria em reconhecer que, para ele, a aprovação social é um valor prioritário.

E isso não “pegaria bem” aos seus próprios olhos…

Assim, vale mais a pena, do ponto de vista narcísico, se autoenganar e pensar que só está fazendo faculdade porque a sociedade exige.

Assumir a autoria de nossas decisões nem sempre é confortável, mas pode ser muito LIBERTADOR.

Outro dia falo mais sobre isso…


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A gente faz Psicanálise para perder o medo de si mesmo

Somos estimulados desde a mais tenra idade a nos dividirmos.

Na infância, nossos pais instintivamente nos encorajam (ou nos obrigam) a abandonar certos comportamentos  — por mais satisfatórios que sejam.

Mais do que isso: somos incentivados e coagidos a renunciar não só a certas ações, mas também à vontade de realizá-las.

Com isso, se forma em nós desde muito cedo uma divisão radical entre quem a gente espontaneamente é e quem o mundo quer que a gente seja.

Quem tem a sorte de passar por essa separação de forma gradual e orgânica consegue adaptar sua espontaneidade aos limites impostos pelo mundo.

Nessas pessoas, a divisão se apresenta como uma mera DIFERENÇA entre uma parte 100% espontânea e outra adaptada.

Por outro lado, há aqueles que foram obrigados a abandonar seus impulsos espontâneos em prol das exigências do mundo de forma brusca e violenta.

Esses traumatizados passam a temer a própria espontaneidade, encarando-a como perigosa e destrutiva.

Diferentemente dos primeiros, eles não se esforçam para expressar seus impulsos adaptando-os às regras do jogo do mundo.

Para os traumatizados, a espontaneidade não deve ser sequer visitada. Eles tentam a todo custo mantê-la reprimida, tornando-se exclusivamente aquilo que o mundo quer que sejam.

A Psicanálise é um método psicoterapêutico voltado justamente para essas pessoas.

Quem não suporta mais viver uma existência vazia, mecânica, sem espontaneidade, será convidado, pela Psicanálise, a perder o medo de si mesmo.


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O que é resistência em Psicanálise?

Olá! Tudo bem? Este conteúdo não se encontra mais disponível aqui, pois foi reunido no ebook “Psicanálise em Humanês: 16 conceitos psicanalíticos cruciais explicados de maneira fácil, clara e didática”.

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Ah, e nos três dias anteriores ao lançamento (12, 13 e 14) eu ministrarei um minicurso gratuito de introdução à Psicanálise. Então, siga-me lá no Instagram e não perca!

Reflexões sobre o sujeito em Psicanálise

Meu objetivo com este texto é modesto. Pretendo apenas “pensar em voz alta” acerca do significado que o termo “sujeito” assume na teoria psicanalítica.

No senso comum acostumamo-nos a utilizar a palavra sujeito como sinônimo de pessoa ou indivíduo do sexo masculino, como quando dizemos: “Aquele sujeito é muito rabugento”. Ninguém se refere a uma mulher designando-a como um sujeito, dizendo, por exemplo: “Aquela sujeito é linda!”. As razões pelas quais essa divergência ocorre talvez sejam assaz interessantes de serem avaliadas, mas aqui não é o momento para tal. Quero enfatizar apenas que no linguajar ordinário a noção de sujeito se confunde com a de indivíduo ou pessoa do sexo masculino.

Não obstante, ela guarda certo parentesco com o sentido que o termo adquire no campo em que foi formulado como conceito, a saber: a Filosofia. De fato, não há sujeito – enquanto conceito – antes de Descartes. Foi ele o inventor do “eu” moderno, idéia tão banal para nós hoje que nem nos damos conta de que, em verdade, trata-se de uma invenção. Foi o filósofo francês quem, rompendo com o modo de pensar medieval, nos brindou com a tese revolucionária de que não somos apenas objeto da vontade divina e das contingências da realidade, mas que transcendemos a tais condicionamentos, isto é, temos autonomia, podemos ser tomados como causa de nossos próprios atos. Enfim, somos sujeitos de nossos predicados e não predicados do sujeito divino!

Essa idéia nos é tão familiar hoje em dia que temos dificuldade em imaginar um mundo em que ela não existia. Todavia, a Idade Média sobreviveu durante centenas de anos sem necessidade da noção de sujeito, assim como ainda hoje muitas culturas ditas “primitivas” funcionam da mesma forma, confirmando o fato de que a noção de sujeito não nos é dada pela natureza, mas requer um exercício intelectual demandado pelas condições de uma determinada organização sócio-histórica. No caso da era medieval, o conceito de sujeito era supérfluo: se Deus explicava tudo não havia porque supor no homem a existência de um eu irredutível, não-condicionado, transcendendo às vicissitudes da realidade.

Mas a Modernidade demandou a invenção desse conceito – e Descartes o fez. E é com base nessa noção que a Modernidade trabalhou, instituindo a ciência moderna, a categoria dos direitos universais do homem e valores como a liberdade, por exemplo, implausível sem o conceito de eu, de sujeito que, nesse sentido, como no senso comum, pode ser associado ao de pessoa e de indivíduo.

E do século XVII, quando Descartes enuncia a invenção do sujeito, até meados do século XVIII a humanidade sobreviveu crente na existência de um sujeito autônomo, livre e consciente dos seus atos. Mas a realidade social, em constante mudança, solicita novamente uma transformação conceitual. A idéia de um eu, de um sujeito, de um indivíduo, tão palatável no crepúsculo da Idade Média e tão esperançosa face ao teocentrismo até então reinante, passa a mostrar sinais de fragilidade. Tiramos Deus de cena e instituímos o homem como eixo do mundo – e nem por isso as coisas melhoraram. Será que a idéia de que somos sujeitos de nossos atos não é uma ilusão? É essa a pergunta-chave que começa a ser feita em meados do século XIX e cuja resposta se desdobrará no nosso momento atual que muitos denominam de pós-modernidade.

Freud foi um dos arautos dessa pergunta à humanidade. E a resposta que ele encontrou, na esteira de Nietzsche e Schopenhauer – os quais também colocaram o eu em xeque – foi afirmativa: sim, nos enganamos acreditando que éramos o centro de nós mesmos. Há um pensamento que ocorre nos nossos bastidores e condiciona o que acontece no palco da nossa vida. Nós estamos ali simultaneamente como meros atores e espectadores do desenrolar da cena – eis a tese capital de Freud.

Entretanto, junto com essa tese que permitirá o desenvolvimento do método psicanalítico, surge um impasse: se a cena da nossa vida é condicionada pelo que ocorre nos bastidores e não por nós mesmos, quem é o diretor da cena? A saída de Freud, posteriormente formalizada por Lacan, foi genial: ele não atribuiu ao inconsciente o estatuto de sujeito, ou seja, não substantivou o inconsciente, como poderia se esperar que fizesse à moda de um Schopenhauer, que instituiu a Vontade cega da vida como sujeito fundamental. Não se esqueçam que Freud, antes de tudo, queria ser um cientista. E, por conta disso, ele teve que ser inventivo para não estraçalhar Descartes, o pilar da ciência moderna, com sua descoberta. Assim, em vez de prescindir do sujeito cartesiano, Freud o subverteu (para usar o termo lacaniano). Ou seja, o pai da psicanálise não delegou ao inconsciente a causa da intencionalidade, como o público leigo ainda hoje pensa. É justamente esse mal-entendido que fundamenta a já batida frase: “Freud explica”. Freud não explica nada. É a própria pessoa que se explica!

Freud, por seu turno, mantém o conceito de sujeito, mas o subverte, concebendo-o não mais como autoconsciente, mas sim como dividido. Assim, a “parte” consciente do sujeito se estabelece à custa de um desconhecimento da outra “parte” (inconsciente). Essa, por sua vez, comporta desejos que se manifestam à revelia daquela. É justamente por isso que a psicanálise não abdica da responsabilização do analisando por aquilo que faz. Muita gente pensa que pelo fato de a psicanálise trabalhar com a idéia de inconsciente isso significa que ela destitui da pessoa a responsabilidade dos seus atos atribuindo-a ao inconsciente. Nada mais falacioso. O inconsciente é apenas a qualidade psíquica de determinados pensamentos que possuem como ponto de partida, em última instância, o sujeito. São inconscientes precisamente por terem sido afastados da consciência pelo próprio sujeito.

A grande novidade de Freud foi ter proposto a idéia de que o sujeito não precisa ser necessariamente consciente de suas intencionalidades. Em outras palavras, para a psicanálise, sujeito não é aquele que sabe o que está fazendo, mas, pelo contrário, aquele que responde por aquilo que faz sem saber por quê.