[Vídeo] Interpretação em Psicanálise não é chute (React a Jan Leonardi)

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[Vídeo] A interpretação pode destravar o paciente

Esta é uma pequena fatia da aula “LENDO KLEIN 10 – O poder ansiolítico da interpretação” que já está disponível no módulo AULAS TEMÁTICAS – KLEIN da CONFRARIA ANALÍTICA.

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O poder ansiolítico da interpretação na Psicanálise

Na Psicanálise, nós tradicionalmente acreditamos que o analista só deve interpretar quando a transferência positiva já está consolidada.

O racional que fundamenta esse princípio é muito simples:

Uma boa relação com o analista permite que o paciente possa suportar o peso das interpretações — e não sair correndo da análise.

Por isso, costuma-se recomendar aos analistas iniciantes que evitem interpretar nas primeiras sessões.

Mas… E se eu te disser que essa visão clássica é unilateral e deveria ser relativizada?

Quem nos ensina isso é a “mamacita” da Psicanálise, a sra. Melanie Klein.

Ela mostra que a ideia de interpretar somente após a transferência positiva nasce de uma concepção reducionista da interpretação.

Na visão clássica, interpretar é sempre algo que tende a angustiar o paciente na medida em que aponta para o que nele está recalcado.

Porém, diz Melanie Klein, para muitos pacientes, o efeito de uma interpretação pode ser justamente o contrário: uma redução da ansiedade.

Isso porque, ao interpretar, o analista está dando nome e, portanto, contorno àquilo que o paciente vivencia como intensamente caótico dentro de si.

Por isso, muitos analisandos, especialmente os que apresentam uma estrutura egoica mais frágil, podem sentir alívio ao ouvirem uma interpretação.

E quando o paciente se sente assim, a tendência é que a relação com o analista melhore, concorda?

É por isso que Melanie Klein acredita que a interpretação pode fortalecer a transferência positiva ou até abrir caminho para ela.

A autora demonstra essa tese ao narrar o tratamento bem-sucedido de Ruth, uma garotinha de 4 anos, extremamente ansiosa e resistente à análise.

E é justamente a narrativa desse caso clínico que eu comento na aula publicada hoje (sexta) na Confraria Analítica, minha escola de formação teórica em Psicanálise.

O título da aula é “LENDO KLEIN 10 – O poder ansiolítico da interpretação” e ela já está disponível para todos os alunos no módulo AULAS TEMÁTICAS – KLEIN.

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[Vídeo] Manejo clínico de pacientes não neuróticos


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O dia em que uma psicanalista ficou de saco cheio

Naquele dia Frieda chegou ao consultório de sua analista e percebeu que o ambiente havia passado por uma redecoração. Entusiasmada, exclamou:

— Que maravilha, doutora! Finalmente a senhora seguiu meu conselho!

Sem que a paciente percebesse, a analista revirou os olhos e disse:

— Vamos começar?

Frieda deitou-se no divã, mas, ao invés de começar a falar de imediato, permaneceu cerca de um minuto em silêncio, olhando para o chão da sala.

— Doutora, eu acho que esse tapete novo não combinou com os seus móveis. Sei lá… Acho que ele é muito escuro.

A analista ficou em silêncio.

Antes da mudança, Frieda já havia feito diversos apontamentos em relação ao que julgava que a terapeuta deveria fazer em relação à decoração da sala.

Olhando para tal comportamento de um ponto de vista simbólico, a analista dizia à paciente:

— Frieda, você está tentando me controlar, invertendo nossas posições. Ao invés de ouvir o que tenho a lhe dizer, sou eu quem supostamente deveria ouvi-la.

Tal interpretação entrava por um ouvido e saía pelo outro. A paciente continuava fazendo recomendações com ar de superioridade.

A analista já estava ficando de saco cheio.

Por isso, seu silêncio diante da observação sobre o tapete era mais expressão de cansaço do que exatamente uma postura técnica.

Sobretudo porque, naquele dia em que a redecoração ficou pronta, vários pacientes já haviam dado seus respectivos pitacos sobre o que a terapeuta deveria ter feito.

Assim, no momento em que Frieda começou a fazer um segundo apontamento, desta vez sobre a nova localização de uma mesa, a analista não se conteve:

— Minha cara, realmente, não me importa o que você pensa disso.

A paciente ficou perplexa.

Depois de alguns segundos em silêncio, queixou-se com muita raiva da suposta grosseria da terapeuta, mas acabou pedindo desculpas.

Mais do que isso:

Frieda finalmente reconheceu sua tendência controladora e comentou que outras pessoas também deviam se incomodar com seus conselhos intrometidos.

A história que você acaba de ler é parcialmente fictícia.

Trata-se de uma singela dramatização do relato que Margaret Little fez de um episódio real ocorrido quando analisava essa paciente que ela chama de Frieda.

A psicanalista sul-africana utilizou essa situação e outras para ilustrar uma tese polêmica, que ela defende no artigo “R – A resposta total do analista às necessidades de seu paciente”:

A tese de que, em certos momentos de uma análise, principalmente com determinado tipo de paciente, o analista DEVE expor seus sentimentos PESSOAIS.

Quer saber mais sobre esse interessantíssimo ponto de vista?

Então, assista à AULA ESPECIAL “Margaret Little e a manifestação do analista como pessoa”, que acaba de ser publicada na CONFRARIA ANALÍTICA.

A aula se encontra no módulo AULAS ESPECIAIS – TEMAS VARIADOS e o linque para fazer parte da CONFRARIA está no meu perfil.


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[Vídeo] Como o psicanalista faz interpretações?


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[Vídeo] A clarificação vem antes da interpretação

Esta é uma pequena fatia da AULA ESPECIAL “Clarificar, confrontar e interpretar: um mapa para a clínica”, que já está disponível no módulo “AULAS ESPECIAIS – TEMAS VARIADOS” da CONFRARIA ANALÍTICA.


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Além de escutar, o que mais um psicanalista faz?

Popularmente, os psicanalistas são vistos como seres muito silenciosos.

De fato, alguns de nós exageram e são capazes de ficar uma sessão inteira sem falarem um “a” com seus pacientes. Trata-se de um erro técnico, evidentemente.

Mas se passamos a maior parte do tempo calados é porque entendemos que o elemento mais importante de um processo terapêutico é o material trazido pelo paciente.

Por outro lado, apenas a apresentação pura e simples desse material não é suficiente para que uma análise aconteça.

O analista precisa intervir e participar ativamente do processo. Ele não pode ficar em silêncio o tempo todo.

Mas de que forma o analista intervém?

Dizendo ao paciente coisas como “no fundo, você quer pegar a sua mãe”?

Essa é outra imagem estereotipada do psicanalista que circula no imaginário popular: o analista-intérprete, que tem sempre uma explicação freudiana na ponta da língua.

Nada mais falso.

Basta ler meia dúzia dos textos clínicos de Freud para saber que nunca trabalhamos dessa forma.

Mas repito a pergunta: de que forma o analista intervém?

O que falamos para nossos pacientes? Como se dá a nossa participação no tratamento?

Muitos analistas responderiam a essas indagações com formulações abstratas, obscuras, que mais confundem do que esclarecem.

Eu não.

Na tentativa de explicar de maneira clara e objetiva o que fazemos na clínica para-além da escuta, elaborei um modelinho bem simples que distingue 3 categorias de intervenções que desenvolvemos com nossos pacientes.

Trata-se de uma espécie de MAPA que ajudará muitos analistas, especialmente os iniciantes, a se situarem em relação ao que estão fazendo na clínica.

Este singelo modelo foi apresentado na AULA ESPECIAL “Clarificar, confrontar e interpretar: um mapa para a clínica”, que acaba de ser publicada na CONFRARIA ANALÍTICA.

A aula está disponível no módulo AULAS ESPECIAIS – TEMAS VARIADOS.


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Pedro, o analista apressadinho

Cansada de não conseguir ser feliz no amor, Jussara, uma engenheira de 35 anos, decide procurar o psicanalista Pedro a fim de compreender o que acontece consigo.

Na primeira sessão, a moça fala sobre seus últimos relacionamentos e como eles terminaram:

“O Paco foi o último. No começo (como sempre) eu achei que finalmente tinha encontrado o homem da minha vida: atencioso, carinhoso, sensível…”.

“Mas, com dois meses, já vi que tinha entrado de novo numa furada. Você acredita que ele queria que eu parasse de trabalhar por que, segundo ele, ‘em obra só tem macho’?”.

— E o que você falou quando ele te disse isso?, pergunta o analista.

“Ah, eu virei uma onça! Falei com ele que eu tinha saído cedo de casa justamente porque meu pai queria controlar cada passo que eu dava. Foi aí que a gente começou a brigar”.

— Hum… Então quer dizer que o Paco se parece com seu pai?

“Ele e os outros, né? Todo homem que eu arrumo tem isso de querer me controlar. Às vezes eu acho que é karma, só pode”.

Entusiasmado por ter extraído da paciente a confissão desse padrão, Pedro decide formular uma interpretação explicativa:

— Toda menina se apaixona pelo pai quando criança. Talvez você ainda esteja inconscientemente apaixonada pelo seu.

Jussara faz um semblante de estranhamento misturado com uma leve irritação.

O analista continua:

— Por isso só escolhe homens parecidos com ele e relacionamentos que não dão certo. Dessa forma, você satisfaz a saudade do colo do papai e, ao mesmo tempo, não deixa ninguém ocupar definitivamente o lugar dele no seu coração.

A fim de estimular a paciente a ficar pensando sobre sua interpretação, Pedro decide encerrar a sessão logo depois dessa fala.

Apesar de dizer que voltaria na semana seguinte, a paciente sai do consultório pensando: “Esse cara é um completo maluco. Vê se pode? Eu, apaixonada pelo papai? Nunca mais volto aqui”.

Se Pedro tivesse assistido à AULA ESPECIAL que será publicada ainda hoje na CONFRARIA ANALÍTICA, ele provavelmente não teria perdido essa paciente.

Nessa aula eu comento algumas orientações de Freud acerca de como o analista deve trabalhar no início do tratamento.

Pedro saberia que não se deve fazer interpretações logo na primeira sessão.


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[Vídeo] 4 técnicas que todo psicanalista utiliza

A terapia psicanalítica não é uma simples conversa. Apesar de analista e paciente falarem coisas um para o outro, esse diálogo é intencionalmente estruturado de uma forma específica para produzir determinados efeitos. E isso acontece por meio da aplicação de determinadas técnicas. Neste vídeo, comento 4 delas.


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A gente faz Psicanálise porque é só falando livremente com um outro que a gente consegue SE ESCUTAR.

Não dá para substituir terapia de verdade por uma pretensa autoanálise.

Apesar de não se encontrar formalmente com outra pessoa para fazer análise, Freud não estava tecnicamente sozinho em sua suposta autoanálise.

Com efeito, ele tinha INTERLOCUTORES com os quais compartilhava as descobertas que fazia durante esse processo.

Quem foram eles?

Primeiramente, seu amigo (à época) Wilhelm Fliess, com quem trocou dezenas de cartas, e, por incrível que pareça, SEUS PRÓPRIOS LEITORES.

Sim! Livros como “A Interpretação dos Sonhos” e “A Psicopatologia da Vida Cotidiana” registram uma série de elaborações que Freud empreendeu em sua “autoanálise”.

Nesse sentido, nós, destinatários virtuais desses textos, ocupamos, de certa forma, o lugar de analistas para Freud.

— Mas, Lucas, como isso é possível? O analista, então, é meramente um interlocutor?

Não, caro leitor.

É óbvio que as INTERVENÇÕES do analista são essenciais para o progresso do tratamento.

É por isso, inclusive, que podemos dizer, sem medo, que a autoanálise de Freud foi capenga.

Provavelmente, o velho teria avançado muito mais caso tivesse se deitado no divã de algum de seus alunos.

Por outro lado, os resultados da terapia psicanalítica não podem ser atribuídos exclusivamente àquilo que o analista diz ou faz.

O simples fato de haver alguém para quem encaminhamos nossas queixas, indagações e elaborações já é, em si mesmo, terapêutico.

Isso acontece porque, no momento em que articulamos nossos pensamentos na forma de uma fala livre (exigência da Psicanálise), temos a oportunidade de perceber ligações, semelhanças e equivalências entre nossas ideias que só se evidenciam no âmbito da FALA.

E não de qualquer fala. Afinal, como se sabe, falar sozinho não produz o mesmo efeito.

Eventuais insights só acontecem quando falamos com a suposição de que TEM ALGUÉM OUVINDO o que estamos dizendo.

É só falando livremente com um outro que a gente consegue SE ESCUTAR.

Se esse outro RESPONDE na forma de uma interpretação ou de um corte, a escuta de si fica ainda mais refinada.

Mas, se ele simplesmente ocupa silenciosamente o lugar de destinatário do nosso discurso, isso já é suficiente para que os nossos ouvidos se abram à nossa própria voz.


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4 técnicas essenciais na prática da Psicanálise

Uma sessão de terapia psicanalítica se parece muito com uma conversa.

Não por acaso, o método catártico — embrião da Psicanálise — foi chamado por Anna O. de “talking cure” (cura pela conversa).

Assim, se um desavisado visse à distância uma sessão de Psicanálise, poderia muito bem ter a falsa impressão de que analista e paciente estão só batendo papo.

Aliás, os próprios pacientes muitas vezes podem ter essa sensação…

No entanto, obviamente sabemos que não se trata disso; a terapia psicanalítica não é uma simples conversa.

E por que não?

Porque, apesar de analista e paciente falarem coisas um para o outro, esse diálogo tem um caráter ARTIFICIAL.

Isso significa que ele é intencionalmente estruturado de uma forma específica para produzir determinados efeitos.

E esse arranjo artificial, por sua vez, é concretamente estabelecido por meio da aplicação de determinadas técnicas por parte do psicanalista.

Nos cards você encontrará 4 delas.


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“A interpretação é fundamentalmente isto: Eu te digo que você disse algo diferente do que pretendia dizer”. Jacques-Alain Miller

Certa vez eu sonhei com um lugar que tinha um formato de “L”.

Enquanto narrava esse sonho no divã e estimulado por algumas pontuações feitas pelo meu analista, me dei conta do fato óbvio de que “L” é a primeira letra do meu nome.

Por incrível que pareça, isso não tinha passado pela minha cabeça até aquele momento.

Impressionado com a IMAGEM insólita do lugar no sonho, não me atentei para o SIGNIFICANTE “L”.

E tem mais: constatei também que o termo “ele” (de letra “L”) é o mesmo que designa o pronome masculino da terceira pessoa do singular.

Esse pequeno fragmento de minha análise ilustra essa belíssima definição da interpretação psicanalítica feita pelo Miller.

Trata-se, é claro, de uma concepção lacaniana de interpretação, que se diferencia do modo freudiano de interpretar.

Eu diria que Freud propunha um método ALEGÓRICO de interpretação, baseado no esquema ISSO REPRESENTA AQUILO.

É o que vemos, por exemplo, na interpretação que ele faz do gesto de Dora de ficar enfiando e tirando o dedo de sua bolsinha porta-moedas.

Freud toma tal comportamento como uma alegoria do ato masturbatório.

Lacan, por sua vez, trabalhará com um método interpretativo diferente, que se vale da POLISSEMIA do significante, ou seja, do fato de que uma mesma palavra pode remeter a mais de um significado, dependendo do contexto.

O termo “ele”, por exemplo, pode tanto designar a letra “L” quanto se referir ao pronome masculino da terceira pessoa do singular.

Para Lacan, a interpretação analítica não deveria ter como propósito apontar o suposto significado verdadeiro daquilo que o sujeito diz.

Pelo contrário, ao interpretar, o analista deveria estimular o sujeito a se dar conta de que há outras possibilidades de leitura daquele mesmo texto que ele está apresentando.

Ou seja, ao invés de “fechar a questão”, fixando um determinado significado, a interpretação, para Lacan, deveria produzir justamente uma ABERTURA para novas significações.

E isso se torna possível quando o analista, ao invés de dizer para o paciente: “Isso que você diz significa aquilo”, opta por enunciar algo mais ou menos assim:

“O que você diz pode ser lido de uma forma diferente da que você pretende…”.


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As diferenças na forma como Freud e Lacan pensavam a interpretação em Psicanálise

A interpretação é uma das principais ferramentas de trabalho do psicanalista.

Por quê?

Porque a Psicanálise trabalha com o pressuposto de que o paciente expressa simbolicamente, ou seja, de forma codificada, os elementos inconscientes que estão na origem de seus problemas emocionais.

Logo, cabe ao analista interpretar aquilo que o paciente traz a fim de que esses elementos inconscientes sejam trazidos à luz e, assim, possam ser trabalhados.

Freud tinha uma concepção muito tradicional de interpretação.

Para ele, interpretar consistia basicamente em DEDUZIR e COMUNICAR ao paciente os elementos inconscientes a partir de uma observação minuciosa e cuidadosa de sua fala, de seus atos falhos, de seus sonhos e do comportamento dele na transferência.

Em outras palavras, para Freud, ao interpretar, o analista apresenta o comportamento do Inconsciente ao analisante como um detetive que, após a coleta e análise detalhada dos indícios e evidências, explica ao delegado de polícia como se deu um determinado crime.

É por isso que, nos grandes casos clínicos de Freud, vemos interpretações longuíssimas.

O “racional” freudiano é muito simples: o analista, como alguém que escuta de forma neutra e com atenção flutuante, está em condições de decifrar as manifestações do Inconsciente do analisante como um exegeta diante de um texto antigo.

Para Freud, portanto, o analista REVELA o Inconsciente por meio da interpretação.

O psicanalista francês Jacques Lacan pensava o ato analítico de interpretar de forma bem diferente.

Para ele, a interpretação não serve para revelar o Inconsciente, mas para COLOCÁ-LO EM MOVIMENTO.

Para Freud, essa era uma CONSEQUÊNCIA da boa interpretação, mas, para Lacan, trata-se do próprio OBJETIVO do ato de interpretar.

Nesse sentido, do ponto de vista lacaniano, o analista não deve fazer interpretações EXPLICATIVAS, mas PROVOCATIVAS.

Como assim, Lucas?

Quem está na Confraria Analítica vai saber! Ainda hoje, os assinantes vão receber uma aula especial sobre a interpretação na perspectiva de Lacan.

Te vejo lá!


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A abertura do paciente para a verdade requer tempo e preparação

“Coletamos o material para o nosso trabalho de uma variedade de fontes – do que nos é transmitido pelas informações que nos são dadas pelo paciente e por suas associações livres, do que ele nos mostra nas transferências, daquilo a que chegamos pela interpretação de seus sonhos e do que ele revela através de lapsos ou parapraxias. Todo esse material ajuda-nos a fazer construções acerca do que lhe aconteceu e foi esquecido, bem como sobre o que lhe está acontecendo no momento, sem que o compreenda. Nisso tudo, porém, nunca deixamos de fazer uma distinção rigorosa entre o nosso conhecimento e o conhecimento dele. Evitamos dizer-lhe imediatamente coisas que muitas vezes descobrimos num primeiro estágio, e evitamos dizer-lhe a totalidade do que achamos que descobrimos. Refletimos cuidadosamente a respeito de quando lhe comunicaremos o conhecimento de uma de nossas construções e esperamos pelo que nos pareça ser o momento apropriado – o que nem sempre é fácil de decidir. Via de regra, adiamos falar-lhe de uma construção ou explicação até que ele próprio tenha chegado tão perto dela que só reste um único passo a ser dado, embora esse passo seja, de fato, a síntese decisiva. Se procedemos doutra maneira e o esmagamos com nossas interpretações antes que esteja preparado para elas, nossa informação ou não produziria efeito algum ou, então, provocaria uma violenta irrupção da resistência que tornaria o avanço de nosso trabalho mais difícil ou poderia mesmo ameaçar interrompê-lo por completo.”
(Freud – Esboço de Psicanálise – 1938)


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