
Cansada de não conseguir ser feliz no amor, Jussara, uma engenheira de 35 anos, decide procurar o psicanalista Pedro a fim de compreender o que acontece consigo.
Na primeira sessão, a moça fala sobre seus últimos relacionamentos e como eles terminaram:
“O Paco foi o último. No começo (como sempre) eu achei que finalmente tinha encontrado o homem da minha vida: atencioso, carinhoso, sensível…”.
“Mas, com dois meses, já vi que tinha entrado de novo numa furada. Você acredita que ele queria que eu parasse de trabalhar por que, segundo ele, ‘em obra só tem macho’?”.
— E o que você falou quando ele te disse isso?, pergunta o analista.
“Ah, eu virei uma onça! Falei com ele que eu tinha saído cedo de casa justamente porque meu pai queria controlar cada passo que eu dava. Foi aí que a gente começou a brigar”.
— Hum… Então quer dizer que o Paco se parece com seu pai?
“Ele e os outros, né? Todo homem que eu arrumo tem isso de querer me controlar. Às vezes eu acho que é karma, só pode”.
Entusiasmado por ter extraído da paciente a confissão desse padrão, Pedro decide formular uma interpretação explicativa:
— Toda menina se apaixona pelo pai quando criança. Talvez você ainda esteja inconscientemente apaixonada pelo seu.
Jussara faz um semblante de estranhamento misturado com uma leve irritação.
O analista continua:
— Por isso só escolhe homens parecidos com ele e relacionamentos que não dão certo. Dessa forma, você satisfaz a saudade do colo do papai e, ao mesmo tempo, não deixa ninguém ocupar definitivamente o lugar dele no seu coração.
A fim de estimular a paciente a ficar pensando sobre sua interpretação, Pedro decide encerrar a sessão logo depois dessa fala.
Apesar de dizer que voltaria na semana seguinte, a paciente sai do consultório pensando: “Esse cara é um completo maluco. Vê se pode? Eu, apaixonada pelo papai? Nunca mais volto aqui”.
Se Pedro tivesse assistido à AULA ESPECIAL que será publicada ainda hoje na CONFRARIA ANALÍTICA, ele provavelmente não teria perdido essa paciente.
Nessa aula eu comento algumas orientações de Freud acerca de como o analista deve trabalhar no início do tratamento.
Pedro saberia que não se deve fazer interpretações logo na primeira sessão.
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