
Um seguidor pergunta: “Quais ações devem ser concretizadas por mim para que eu consiga elevar meu amor-próprio?”
Minha resposta: A saúde é o estado natural do ser. O adoecimento físico é apenas a expressão de uma perturbação da ordem natural do corpo por algum fator (vírus, bactérias, alimentação incorreta, sedentarismo etc.). Estou chamando sua atenção para isso para mostrar que sua pergunta se baseia em um pressuposto equivocado: você acredita que a elevação do amor-próprio seja uma condição a ser conquistada por meio de certas ações quando, na verdade, você já deveria naturalmente ter amor-próprio, pois esse é um dos atributos da saúde psíquica. Se você percebe que não se ama, isso significa que existem fatores que estão perturbando sua saúde mental e produzindo, como um efeito, a perda de amor-próprio. Portanto, a pergunta que você deve se colocar não é “o que devo fazer para aumentar meu amor-próprio?”, mas “o que aconteceu comigo e o que eu fiz com o que aconteceu comigo para que meu amor-próprio esteja tão baixo?”. Assim como o diabetes tipo 2 é uma condição anormal do corpo desenvolvida em resposta a maus hábitos alimentares, assim também a falta de amor-próprio costuma ser um modo patológico de relação consigo mesmo produzido para responder a experiências desfavoráveis de interação com o outro (especialmente pai e mãe) e de fantasias construídas com base nessas experiências. Nesse sentido, enquanto você não elaborar os elementos da sua história de vida aos quais você respondeu com a redução de seu amor-próprio, nenhuma “ação concreta” o ajudará.
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