
Para a Psicanálise, a única maneira que temos de descobrir saídas para o labirinto em que nos colocamos na neurose é estabelecendo uma conversa franca com o inconsciente.
Quanto mais insistimos na atitude soberba de achar que controlamos conscientemente todas as nossas escolhas e caminhos, mais complexo se torna o labirinto.
Mas, Lucas, como é que a gente pode dialogar com o inconsciente?
Ora, a aposta de Freud — aposta que nós, psicanalistas, mantemos viva até hoje — é a de que essa conversa só pode ser feita por meio da ASSOCIAÇÃO LIVRE ou, para sermos literais na tradução do termo alemão utilizado por Freud (einfall), por meio da “invasão” de ideias na consciência.
Dizemos aos nossos pacientes: “Fale exatamente tudo o que vier à sua cabeça. Não tenha pudores, não se preocupe com a lógica ou com o sentido, apenas deixe que as ideias invadam sua consciência e as comunique a mim. Essa é a única regra que você deve seguir. Não tem tarefa de casa, não tem exercício, nada disso. Basta dizer tudo o que vier à sua cabeça. Com o tempo você perceberá que não está falando de forma aleatória, que há um fio condutor articulando essas ideias que aparentemente não têm nada a ver uma com a outra. É como se você começasse a pintar um quadro sem a menor ideia do que deseja expressar. Você vai simplesmente jogando as cores na tela, de forma desorganizada mesmo. De repente, você começa a perceber que nesse movimento aparentemente caótico algumas figuras foram se formando… Você percebe um rosto ali em cima, uma casa ao fundo… Uma paisagem começa a aparecer…”.
É assim que a gente conversa com o inconsciente: escutando-o, ou seja, abrindo mão do controle egoico e permitindo que ele fale com o máximo de liberdade possível.
Consequentemente, e com a ajuda do analista, adquirimos a segurança necessária para continuar mantendo um diálogo aberto com o inconsciente para-além do consultório, a fim de aprender com ele algumas saídas para o labirinto da neurose.
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