
Quem faz Psicanálise sabe que passar por esse processo muitas vezes não é fácil.
Somos convidados pelo analista a olhar para dimensões do nosso ser que não gostaríamos que existissem.
Aliás, a gente adoece justamente por passar a vida inteira querendo fugir dessas regiões incômodas do nosso mundo interior.
Na análise, somos levados a visitá-las e reconhecê-las como legitimamente nossas.
Essa viagem, como eu disse, não é fácil. E é por isso que precisamos fazê-la muito bem acompanhados.
O analista não é só quem nos incita a olhar para aquilo que não queremos enxergar.
Ele é também quem oferece a atmosfera de segurança e confiabilidade necessária para que a gente dê conta de lidar com nossos fantasmas.
Muita gente se esquece disso.
Percebo que há no “senso comum psi” uma imagem estereotipada do psicanalista como uma pessoa fria, irônica e que fica jogando supostas verdades na cara do paciente.
Embora alguns colegas talvez se encaixem nesse padrão, é preciso enfatizar que ele não tem nada a ver com o que de fato deve ser a postura de um analista.
Se o paciente resiste a enxergar certos aspectos de si, isso acontece justamente porque ele não se sente suficientemente seguro e relaxado para tal.
O apego narcísico ao eu ideal é justamente a tábua de salvação que utilizamos quando nos sentimos inseguros e vulneráveis diante do ambiente e dos nossos próprios desejos e fantasias.
O analista que compreende isso sabe que, portanto, sua tarefa não é só a de ajudar o paciente a encarar o recalcado.
Cabe ao analista ter sensibilidade suficiente para criar as condições emocionais que auxiliem o sujeito a adquirir a segurança necessária para encarar o recalcado.
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