Retificação subjetiva: uma manobra clínica essencial

Como nossos pacientes chegam à terapia?

Na maioria dos casos, eles iniciam o processo relatando as dificuldades e problemas que os motivaram a procurar ajuda.

Desânimo, excesso de autocobrança, conflitos conjugais, solidão, crises de ansiedade, conflitos familiares etc.

Esses são alguns exemplos de queixas frequentes que costumam levar as pessoas a buscarem terapia.

A fim de se proteger um pouco do sofrimento, a maioria dos pacientes apresenta seus problemas como situações totalmente alheias à sua vontade.

Em outras palavras, é como se a pessoa dissesse:

“Doutor, essas crises de ansiedade estão ACONTECENDO comigo, mas eu não tenho nada a ver com elas. Só preciso que o senhor as tire de mim”.

Sacou?

O sujeito pensa seu sintoma como uma coisa tão estranha a ele quanto uma bactéria que porventura tivesse invadido seu corpo.

Essa atitude inicial do paciente é natural e o terapeuta precisa permitir que o analisando possa se expressar dessa forma num primeiro momento.

Contudo, trata-se de uma posição subjetiva que, se mantida, inviabiliza o progresso do tratamento.

Afinal, a Psicanálise nos fez perceber que nossos problemas emocionais têm TUDO a ver conosco, com nossos desejos, com nossos medos, com nossa história…

Nesse sentido, a terapia só pode avançar se o paciente mudar de posição, passando a considerar SUA PARTICIPAÇÃO na construção e manutenção de seus sintomas.

Essa mudança de atitude dificilmente acontece espontaneamente.

Deixado à própria sorte, o paciente via de regra continuará se percebendo apenas como vítima de seus problemas e não como coautor deles.

Por isso, a alteração de posição depende fundamentalmente de uma MANOBRA CLÍNICA a ser executada pelo terapeuta.

Jacques Lacan chamou esse procedimento de RETIFICAÇÃO SUBJETIVA.

Quem está na CONFRARIA ANALÍTICA receberá ainda hoje (sexta) uma aula especial em que explico essa operação e analiso como Freud a utilizou nos casos Dora e Homem dos Ratos.

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O dia em que uma paciente saiu da terapia para se vingar de um embuste

Em outubro de 1900, Sigmund Freud foi procurado por um ex-paciente para que atendesse sua filha, uma jovem de 18 anos.

A moça, a quem Freud atribuiu o pseudônimo de DORA, andava meio deprimida, sem apetite, tendo desmaios, convulsões, dentre outros sintomas histéricos.

Ao longo do processo terapêutico, que durou apenas cerca de 3 meses, o médico pôde perceber que a paciente havia adoecido em resposta ao seu envolvimento numa teia de relações amorosas que envolviam ela própria, seu pai, uma vizinha (Sra. K) e o marido dessa vizinha (Sr. K).

Com efeito, o genitor e a Sra. K mantinham um caso extraconjugal ao mesmo tempo em que Dora era alvo de assédio por parte do Sr. K.

No tratamento, ficou claro para Freud que a jovem havia sido apaixonada pelo vizinho.

Os pormenores da história vão se revelando à medida que o processo terapêutico progride, sobretudo em função da análise de dois sonhos de Dora.

Todavia, no dia 31 de dezembro daquele ano, para surpresa do médico, a paciente decide simplesmente abandonar o tratamento.

É na tentativa de compreender as motivações desse movimento de Dora que Freud evoca, pela primeira vez, a ideia de “atuação” — que os analistas de língua inglesa traduziram como “acting-out”.

Para Freud, ao sair da terapia, a moça estaria colocando EM ATO o seu desejo de vingança em relação ao Sr. K, o qual, do seu ponto de vista, não queria nada sério com ela.

Ou seja, ao invés de se LEMBRAR e FALAR sobre o ressentimento que nutria em relação ao vizinho por ter se sentido enganada por ele, Dora efetivamente REALIZOU sua vingança transferindo a figura do Sr. K para Freud.

Trata-se de uma transferência em estado “selvagem”, como diz Lacan, já que não foi objeto de interpretação em análise.

Com efeito, Freud só se deu conta que a paciente estava fazendo com ele o que queria ter feito com o Sr. K algum tempo depois que ela foi embora.

ATOS como o de Dora, que expressam simbolicamente conteúdos inconscientes, acontecem com muita frequência tanto dentro quanto fora do contexto terapêutico.

E é justamente sobre eles que falaremos na AULA ESPECIAL AO VIVO de hoje na CONFRARIA ANALÍTICA, a partir das 16h30.

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Dora: a jovem que disse NÃO para o dr. Freud

A partir do dia 10/05/2021 (segunda-feira) começaremos a estudar na CONFRARIA ANALÍTICA o caso clínico de Dora, uma jovem histérica de 18 anos, atendida por Freud e que abandonou o tratamento após apenas de 3 meses de terapia.

Quem era essa moça que ousou dizer não para Freud? Quais eram os seus sintomas? Como se estruturou sua neurose? Por que Freud fracassou na condução desse caso?

Essas são algumas das perguntas que buscaremos responder nos próximos meses ao longo de nossas aulas ao vivo, sempre às segundas-feiras às 20h.

Para participar dessa jornada de estudos, você precisa fazer parte da CONFRARIA ANALÍTICA. A Confraria é uma comunidade online para quem deseja estudar Psicanálise junto comigo de forma séria, rigorosa e profunda. Saiba mais clicando aqui.

O que é recalque? (final)

Olá! Tudo bem? Este conteúdo não se encontra mais disponível aqui, pois foi reunido no ebook “Psicanálise em Humanês: 16 conceitos psicanalíticos cruciais explicados de maneira fácil, clara e didática”.

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