Qual script você leva para a terapia?

Que posição o paciente espera que eu ocupe na relação com ele?

Esta é uma das principais perguntas que todo terapeuta deve se fazer enquanto está atendendo.

Todo sujeito carrega inconscientemente em seu psiquismo um determinado “script”, ou seja, uma espécie de roteiro, que costuma encenar em todas as suas relações.

Esse roteiro especifica o papel dele e do outro, ou seja, o que cada um deveria fazer ao se encontrarem.

Num típico script histérico, por exemplo, a pessoa tende a se apresentar como objeto de desejo e, assim, espera que o outro a queira, a valide, a reconheça.

Importante dizer que nós não só projetamos os scripts em nossas relações, mas também tentamos induzir o outro a desempenhar o papel reservado a ele.

Uma paciente histérica tentará seduzir o terapeuta a fim de levá-lo a encenar a função do outro que a valida, que a reconhece, que a ama, no fim das contas.

Ela pode se apresentar, sessão após sessão, como alguém injustiçada, incompreendida, carente…

Muitos terapeutas caem nesse tipo de armadilha e acabam protagonizando o papel previsto no script da paciente.

“Mas qual é o problema se isso acontecer, Lucas?”.

O problema é que esses roteiros têm função defensiva. Eles foram criados para nos proteger de certas angústias que, na verdade, deveriam ser atravessadas.

O roteiro histérico, por exemplo, é escrito para manter o sujeito na esperança de que ele possa ser o objeto que falta na vida do outro.

Esta é uma expectativa que as crianças costumam ter em relação a seus pais, especialmente àquele do sexo oposto.

Normalmente, o que acontece?

Esse desejo acaba sendo frustrado e o sujeito aceita, aos poucos, que não é tudo o que faltava na vida de papai ou mamãe.

O histérico, porém, não suporta essa angústia de saber que não é a última Coca-Cola do deserto. E é aí que se forma o script de sedução do outro.

Nesse sentido, a tarefa do terapeuta é resistir à encenação. Justamente para que o paciente possa se dar conta… de que existe um roteiro.


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Seu problema emocional pode estar te protegendo do pior.

Se nossos problemas emocionais nos trazem sofrimento, por que temos tanta dificuldade para nos livrar deles?

Não, não é porque temos algum tipo de satisfação com a dor em si.

Ninguém quer sofrer por sofrer.

O motivo básico pelo qual resistimos a abandonar nossos sintomas é que, por meio deles, obtemos certos ganhos que COMPENSAM o sofrimento que trazem.

Porém, na maioria das vezes, nós não temos consciência que quais são esses ganhos. É só fazendo análise que conseguimos mapeá-los.

Frequentemente, tais vantagens não são coisas BOAS que os problemas emocionais nos proporcionam, mas situações RUINS que eles EVITAM que aconteçam.

Valdir, por exemplo, não consegue parar em emprego nenhum. Ele sempre entra em conflito com seus chefes e acaba sendo demitido.

O rapaz, portanto, se sabota: este é o seu principal sintoma.

Em análise, Valdir descobriu que, inconscientemente, não quer ficar num trabalho por muito tempo, pois estar nessa condição o tornaria semelhante a seu pai.

Este, com efeito, era servidor público da Receita Federal e permaneceu no mesmo cargo por mais de 30 anos, até aposentar-se.

Mas por que Valdir não queria se tornar parecido com o pai?

Porque, desde criança, o rapaz alimentara uma forte hostilidade em relação ao genitor devido ao modo desrespeitoso com que ele tratava sua mãe.

Assistindo aflito ao sofrimento materno, Valdir jurou para si mesmo que jamais se tornaria um homem como o pai.

Com o passar do tempo, esqueceu-se dessa promessa e deslocou o ódio pelo genitor para outras figuras masculinas — como seus chefes, por exemplo…

O juramento, porém, manteve-se de pé. E era justamente para cumpri-lo que Valdir sabotava sua continuidade nos empregos.

Entendeu?

Nossos problemas emocionais podem ser meios que encontramos para evitar uma situação na qual inconscientemente não queremos estar.

E esta pode ser a razão principal pela qual não conseguimos sair deles.

Será este o seu caso?


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[Vídeo] Toda mãe é uma Jocasta em potencial


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[Vídeo] Complexo de Édipo e complexo de Jocasta


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7 atitudes típicas de uma mãe “Jocasta”

Jocasta é o nome da infeliz personagem da mitologia grega que foi condenada pelo destino a se casar com o próprio filho, Édipo.

Ela personifica uma tentação que está presente na vida de toda mãe: a de manter o filho na posição de objeto principal de desejo.

De fato, não é uma tarefa fácil para nenhuma mulher se separar do ser que ela mesma gerou e carregou durante um bom tempo no próprio corpo.

Por isso, não ficamos surpresos ao constatar que algumas mães não conseguem superar o que poderíamos chamar de “complexo de Jocasta”.

Diferentemente da maioria, elas não dão conta de renunciar ao desejo de se manterem estreitamente vinculadas ao filho.

Por que isso acontece?

O que leva essas mães a não suportarem o afastamento e a independência de seus rebentos?

Eu falo sobre isso na AULA ESPECIAL publicada hoje (sexta) na CONFRARIA ANALÍTICA, a minha escola de formação teórica em Psicanálise.

O título da aula é: “Complexo de Jocasta (mal resolvido): sinais e causas” e ela já está disponível no módulo AULAS ESPECIAIS – TEMAS VARIADOS.


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Toda mãe é uma Jocasta em potencial.

Reza a lenda que foi Raymond de Saussure, um psiquiatra e psicanalista suíço, quem forjou a expressão “complexo de Jocasta” em 1920.

Geralmente esse conceito é empregado num sentido patológico para se referir a mães que desenvolvem um apego excessivo a seus filhos.

Porém, que tal pensarmos o complexo de Jocasta, assim como o complexo de Édipo, como uma dinâmica normal presente em toda mãe?

Para quem não sabe, Jocasta é o nome da mãe (e esposa) de Édipo, personagem da mitologia grega, cuja história todo o mundo conhece, né?

Freud descobriu que toda criança experimenta na primeira infância o desejo de cometer aqueles dois delitos que Édipo realizou sem saber (a princípio):

(1) continuar na posição de objeto de desejo da própria mãe e (2) eliminar o terceiro elemento que impede a permanência nesse lugar (geralmente o pai).

Mas se toda criança é um pequeno projeto de Édipo, por que não dizer que toda mãe é correlativamente uma Jocasta em potencial?

Ora, se para os filhos é um desafio renunciar ao lugar de objeto de desejo da mãe, para a mãe também é difícil abdicar dos filhos como objetos de desejo.

O desfecho trágico da história de Édipo só acontece porque o personagem foi abandonado pelos pais a fim de que a profecia do oráculo de Delfos não se cumprisse.

Isso significa que, ao se reencontrarem anos depois, tanto Édipo quanto Jocasta traziam no peito a dor da separação forçada.

Podemos deduzir que, inconscientemente, ambos ansiavam pela retomada daquele vínculo original que fora prematuramente rompido.

Esse anseio, efetivamente satisfeito na vida de Édipo e Jocasta, está presente na alma não só de todo filho (como normalmente supomos), mas também de toda mãe.

Portanto, a travessia do complexo de Édipo é um desafio não só para a criança, mas também para aquela que, tal como Jocasta, precisa ver seu fruto partir para longe de si.

Trata-se de uma separação necessária, mas que evoca na mãe a memória dolorosa da época em que ela própria precisou renunciar ao colo de sua genitora.

Por isso, não é surpreendente constatar que algumas mulheres não suportem esse processo e acabem, como Jocasta, “se casando” com os próprios filhos…


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[Vídeo] Interesse por homens “proibidos”

Esta é uma pequena fatia da aula especial “COMPLEXO DE ÉDIPO MAL RESOLVIDO”, que já está disponível no módulo “AULAS ESPECIAIS – TEMAS VARIADOS” da CONFRARIA ANALÍTICA.


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[Vídeo] Como pensar o complexo de Édipo em famílias não tradicionais?

Freud faz parecer que o complexo de Édipo só acontece com crianças que crescem em famílias tradicionais.

Sendo assim, como pensar o complexo de Édipo em crianças que não convivem com um ou ambos os genitores?

Com Freud, não dá para pensar mesmo. Mas com Lacan, sim.


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[Vídeo] O papel dos pais no complexo de Édipo

Esta é uma pequena fatia da AULA ESPECIAL “O complexo de Édipo em Winnicott”, já disponível para quem está na CONFRARIA ANALÍTICA.


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Por que algumas pessoas permanecem fixadas ao complexo de Édipo?

No finalzinho do século XIX, baseando-se em sua experiência clínica e na própria autoanálise, Freud teve a intuição de que toda criança experimenta o desejo de realizar os mesmos atos de Édipo.

Meninos e meninas, na faixa dos 2 a 5 anos mais ou menos, desenvolveriam a fantasia de terem exclusividade erótica sobre a mãe com a consequente eliminação da presença do pai.

Ao grupo de ideias que se produzem a partir desses desejos incestuosos e parricidas Freud deu o nome de COMPLEXO DE ÉDIPO.

Para o pai da Psicanálise, os pacientes neuróticos teriam muita dificuldade de renunciar a tais desejos, permanecendo, portanto, inconscientemente fixados à fantasia edipiana.

Mas o que levaria uma pessoa a se manter fixada no Inconsciente a um elemento infantil?

Resposta: a REPRESSÃO de tal elemento.

Como eu já disse em outras ocasiões, REPRIMIR É CONSERVAR.

Toda vez que a gente reprime um desejo, ou seja, toda vez que a gente expulsa um desejo do nosso campo de consciência e finge que ele nunca existiu, o que acontece?

Ora, ao invés de efetivamente desaparecer, o desejo começa a exercer ainda mais influência sobre nós, pois passa a habitar uma região da nossa mente que a gente não controla: o Inconsciente.

Nesse sentido, se uma pessoa permaneceu fixada ao complexo de Édipo, é porque, quando criança, reprimiu seus desejos incestuosos e parricidas ao invés de permitir que eles desaparecessem naturalmente…

— Beleza, Lucas, entendi. Mas, me diz uma coisa: por que algumas crianças conseguem fazer esse abandono natural do complexo de Édipo e outras o reprimem, ficando fixadas a ele?

Para respondermos essa pergunta, precisamos necessariamente levar em conta o modo como os pais se comportam com a criança durante a vivência do complexo de Édipo.

Freud não falou sobre isso, mas o psicanalista inglês Donald Winnicott, sim.

Quem está na CONFRARIA ANALÍTICA receberá ainda hoje (sexta) uma aula especial em que comento esse e vários outros aspectos da visão winnicottiana sobre o complexo de Édipo.

A aula está imperdível! Te vejo lá!


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Para-além de papai e mamãe: o Édipo em Jacques Lacan

Ontem, na segunda aula do nosso minicurso, uma pessoa colocou a seguinte pergunta:

“Lucas, mas como se dá o complexo de Édipo em uma criança que não foi criada pelo pai?”.

E a minha resposta foi: é difícil pensar nessa possibilidade à luz da forma como Freud e Klein descrevem o Édipo.

Por quê?

Porque, na concepção do Édipo desses dois autores, existe a suposição de uma organização familiar tradicional: pai biológico + mãe biológica + filhos.

Ou seja, quando falam de pai e mãe, Freud e Klein não estão falando de funções, mas de figuras reais mesmo.

Essa dependência de um certo tipo de organização familiar fez com que muitas pessoas começassem a tratar as concepções desses autores como puras ficções.

Lacan não foi uma dessas pessoas.

Ao invés de jogar a criança fora junto com a água suja da banheira, Lacan olhará para os Édipos de Freud e Klein tentando discernir o que neles é verdadeiro/universal/invariável e o que é ficcional/ contingente/datado.

Em outras palavras, Lacan tomará as descrições freudo-kleinianas do Édipo como MITOS.

Uai, Lucas, mas mito não é uma ficção?

É e não é, caro leitor.

Sabe aquela história de que toda brincadeira tem um fundo de verdade?

Essa ideia também vale para os mitos: todo mito tem um fundo de verdade.

Pense, por exemplo, no mito de Narciso, aquele belíssimo mancebo que morreu de inanição por não conseguir parar de olhar para sua própria imagem refletida na água de um rio.

Quem não é capaz de enxergar que, por trás dessa “historinha”, existe a VERDADE UNIVERSAL de que o gozo excessivo com a própria imagem é mortífero?

Pois é! Lacan aplicará esse mesmo tipo de raciocínio ao abordar as descrições que Freud e Klein fizeram do complexo de Édipo.

É Lacan, por exemplo, quem vai propor a interpretação de que, quando Freud fala do pai, ele está se referindo, na verdade, a uma figura que ENCARNA uma FUNÇÃO que é ESTRUTURAL, ou seja, que SEMPRE estará presente, independentemente da existência concreta do genitor.

Quer saber mais sobre essa leitura estruturalista que Lacan fez do complexo de Édipo?

Então não perca hoje, às 20h, a nossa terceira e última aula do minicurso “O Édipo em Freud, Klein e Lacan”.

Não é preciso se inscrever.

Será no meu Instagram.

Até lá!


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Não se esqueçam do Édipo invertido!

No senso comum, frequentemente a gente vê uma apresentação incompleta do complexo de Édipo tal como pensado por Freud.

Diz-se que no Édipo a criança desenvolve sentimentos amorosos pelo genitor do sexo oposto e uma relação de rivalidade com o genitor do mesmo sexo.

Pois bem, meus amigos: essa é apenas a faceta POSITIVA do complexo de Édipo.

Mas ela não é a única.

O Édipo de Freud não é o Édipo de Sófocles.

Freud afirma claramente que existe uma dimensão “invertida”, por assim dizer, do Édipo, que se caracteriza justamente pelo inverso do que acontece na dimensão positiva:

Ou seja, a criança tem fantasias amorosas com o genitor do mesmo sexo e rivaliza com o genitor do sexo oposto.

É preciso sempre lembrar que, para Freud, todos nós nascemos com disposições bissexuais, de modo que uma menina pode muito bem fantasiar ser um homem para sua mãe.

Nesse sentido, podemos dizer que, com o declínio do complexo de Édipo, o menino não abandona apenas a mãe como objeto sexual, mas também o pai.

Trata-se, na verdade, da renúncia ao gozo incestuoso de forma geral, isto é, à possibilidade de satisfação sexual no interior da família.

No fundo, é isso o que o complexo de Édipo representa para Freud: uma organização psíquica na qual o sujeito é confrontado à tentação de alcançar um gozo fácil, com papai e mamãe, sem sair de casa…

Quer saber mais sobre como Freud caracterizou o complexo de Édipo? Então não perca hoje nossa primeira aula do minicurso “O Édipo em Freud, Klein e Lacan”.

Será às 20h no meu Instagram!


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“Parece que esse desejo de morte, no filho, está voltado contra o pai e, na filha, contra a mãe.”

A primeira vez que Freud menciona fenômenos que serão abarcados futuramente pelo conceito de complexo de Édipo é no rascunho N da carta 64, enviada a seu colega Wilhelm Fliess no dia 31 de maio de 1897.

Nessa época, Freud mantinha uma correspondência farta com Fliess e volta e meia anexava a elas rascunhos de possíveis artigos e ensaios.

Nesses textos, podemos encontrar, num estado ainda embrionário, praticamente toda a base da teoria freudiana.

Freud começa esse rascunho N, anexado à carta 64, falando sobre um aspecto do complexo de Édipo que geralmente não é muito enfatizado.

Sempre que se pensa no Édipo, a primeira coisa que nos vêm à mente são os desejos sexuais incestuosos da criança em relação aos seus pais.

No entanto, é curioso observar que, na primeira vez em que Freud fala da questão edipiana, ele destaca os desejos de MORTE que a criança dirige aos genitores e não o vínculo erótico:

“Parece que esse desejo de morte, no filho, está voltado contra o pai e, na filha, contra a mãe.”

De fato, no Édipo freudiano típico, o menino apaixona-se por sua mãe e, em decorrência disso, passa a encarar seu pai como um rival que precisa ser vencido.

A menina, por sua vez, decepcionada com seu primeiro objeto de amor (que também é a mãe), desenvolve um vínculo erótico com o pai e, assim, começa a enxergar a mãe como uma adversária a ser eliminada.

Nesse sentido, quando o clímax do drama edipiano passa e ocorre aquilo que Freud chamará em 1924 de “dissolução do complexo de Édipo”, a criança se vê obrigada a reconhecer duas derrotas:

A de não ter realizado sua fantasia sexual incestuosa e a de não ter conseguido matar seu (sua) rival.
Tem gente que aceita tais derrotas e vida que segue.

Mas tem gente que passa a vida inteira desejando voltar no tempo para tentar sair vitorioso — até deitar no divã.


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As fixações são as nossas zonas de conforto no Inconsciente: entenda

Como alguns dos principais conceitos propostos por Freud, a noção de FIXAÇÃO brotou diretamente da experiência clínica de seu autor.

Desde os seus primeiros contatos com neuróticos, Freud observou uma tendência característica desses pacientes de se manterem excessivamente apegados a certos elementos de seu passado.

Basta lembrar a famosa fórmula freudiana de que “os histéricos sofrem de reminiscências”.

A neurose parece testemunhar com a intensidade típica do adoecimento a inércia inerente ao funcionamento da nossa alma.

Embora sejamos convocados pela vida a nos mantermos em movimento, trocando objetos de desejo e nos adaptando de modo flexível às circunstâncias, parece haver em nós uma resistência a “sair da zona de conforto”, como diz o outro.

As fixações representam justamente a permanência no Inconsciente de determinados desejos, modos de satisfação e objetos que, em tese já deveriam ter sido abandonados.

Por exemplo: tem homem que nunca conseguiu renunciar ao desejo de ser o parceiro amoroso da mãe.

Essa fantasia incestuosa é perfeitamente admissível (e até esperada) na cabeça de uma criança de 3 ou 4 anos, mas não na de um marmanjo de 45.

Pois é! Mas pode ser que esse marmanjo nunca tenha conseguido aceitar muito bem a exigência que a vida lhe fez de renunciar ao objeto materno.

Por conta disso, ele pode ter simplesmente reprimido seu desejo pela mãe e, dessa forma, mantido-o intacto e bem alimentado no Inconsciente.

Agora, sempre que a vida, especialmente no campo do amor, lhe “presenteia” com dificuldades, frustrações e impasses, ele recorre à sua fantasia incestuosa reprimida para se consolar.

Mas, Lucas, essa fantasia não está no Inconsciente?

Está.

Então, como é que o cara vai poder se consolar se não tem como tomar consciência dela?

Boa pergunta!

Vamos continuar essa conversa lá na CONFRARIA ANALÍTICA?

Ainda hoje os membros da nossa comunidade vão receber uma aula especial sobre o conceito de FIXAÇÃO.

Te vejo lá! 😉


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Por que o complexo de Édipo continua “válido” ainda hoje? (parte 02)

Fiquei de apresentar nesta segunda parte do texto um esboço dessa estrutura que está na base da caracterização feita por Freud, mas não se confunde com ela. Tomemos, então, o mito freudiano e destaquemos seus elementos estruturais.

Freud começa sua descrição do Édipo com a imagem de um menino que tem cerca de quatro ou cinco anos e está vivenciando o que o pai da Psicanálise chama de “fase fálica” do desenvolvimento sexual. Nesse estágio, a criança do sexo masculino estaria intensamente interessada no prazer proporcionado pelo pênis. Uma menina da mesma faixa etária também passaria por essa fase e seu interesse estaria voltado para o clitóris, parte do corpo feminino equivalente ao pênis. Do ponto de vista estrutural, tais imagens representam o fato universal de que nosso corpo é fonte de gozo, ou seja, de que a experiência de prazer é primariamente autoerótica.

Na sequência da narrativa freudiana, tanto o menino quanto a menina passam a nutrir fantasias sexuais envolvendo a mãe, ou seja, passam a tomar a genitora como objeto sexual, vinculando-a ao prazer que experimentam em seu próprio corpo. Essa imagem da criança conectando seu gozo autoerótico ao outro materno ilustra o processo estrutural que Lacan nomeou como ALIENAÇÃO. Trata-se do fato de que todo ser humano nasce num ambiente social já formatado, com uma cultura própria da qual ele não pode escapar. Assim, no início da vida, todos nós somos obrigados a nos submetermos a esse ambiente (que Lacan chama de Outro com “O” maiúsculo). Dessa forma, o nosso próprio gozo que, originalmente é autoerótico, passa a estar “adaptado” ao Outro, subordinado às regras dele. No mito de Freud, esse fato universal é expresso pela imagem da criança apaixonada pela própria mãe.

Leia o texto completo clicando aqui.


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