Em qual questão infantil você está empacado?

Quando fazemos essas provas de múltipla escolha aplicadas em vestibulares e concursos não é recomendável gastarmos muito tempo com uma questão que não estamos conseguindo resolver.

A melhor estratégia é pular o item difícil e ir respondendo outros mais fáceis, de modo que, se sobrar tempo, a gente pode tentar voltar a quebrar a cabeça com a questão complicada.

Essa recomendação extremamente útil para processos seletivos também é válida para a vida de modo geral.

No entanto, na maioria das vezes ela não é adotada.

Pelo menos é isso o que a clínica psicanalítica nos mostra.

Afinal, o que encontramos todos os dias em nossos consultórios são pessoas que permaneceram presas a questões com as quais vem pelejando DESDE A INFÂNCIA.

Ao invés de seguirem a vida e deixarem para lá certos problemas, tais pessoas insistem em se dedicar compulsivamente a resolvê-los.

Que problemas são esses? Eis alguns exemplos:

— Será que eu posso ser tão potente quanto o meu pai?

— Por que meu pai me rejeitou?

— Como mudar minha mãe e torná-la mais amorosa?

— Por que me forçaram a amadurecer tão precocemente?

Na busca por respostas para questões como essas a gente acaba reencenando na vida adulta os mesmos cenários difíceis da infância.

Fazendo assim, inconscientemente temos a esperança de encontrar as respostas que não conseguimos achar lá atrás.

Mas não dá certo. Ao reencenar os problemas da mesma forma com que eles se apresentaram na infância, tudo o que conseguimos é a repetição do sofrimento.

E assim vamos nos comportando como um estudante fazendo o Enem que fica empacado tentando resolver uma questão difícil e acaba não fazendo as dezenas de outras questões mais fáceis.

No caso da vida, a saída não é simplesmente fingir que a questão difícil não existe.

É preciso encontrar uma nova maneira de encarar o problema.

Um novo olhar que nos permita enxergar que talvez haja questões insolúveis mesmo e que buscar respostas para elas é pura perda de tempo e energia.

É para conseguir desenvolver esse novo olhar que a gente faz Psicanálise.


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