
A palavra alemã “Angst” já foi traduzida por “angústia”, “ansiedade” e até por “medo” em traduções brasileiras dos textos de Freud.
Eu, pessoalmente, prefiro o termo “ansiedade” por considerar que ele possui uma conotação menos filosófica que “angústia” e mais indeterminada do que “medo”.
No clássico texto “Hemmung, Symptom und Angst” (Inibição, Sintoma e Ansiedade), de 1926, Freud define a ansiedade como uma reação a uma situação de PERIGO, ou seja, uma circunstância que pode acarretar algum tipo de dano ao indivíduo.
O autor faz uma distinção entre ANSIEDADE REALÍSTICA e ANSIEDADE NEURÓTICA.
A primeira seria um sinal que indicaria a consciência de um risco real, externo e objetivamente constatável.
Trata-se da ansiedade que uma pessoa sentiria, por exemplo, ao perceber que o motorista do carro em que se encontra está dirigindo de forma imprudente em alta velocidade.
A ansiedade neurótica, por sua vez, se manifestaria frente a processos INTERNOS que o indivíduo foi levado a INTERPRETAR desde a infância como perigosos.
Que processos são esses?
Trata-se de determinados IMPULSOS — sexuais ou agressivos.
Na infância, o sujeito chega à conclusão de que permitir a expressão desses impulsos implicaria em algum tipo de prejuízo a ele, como a perda de uma parte do corpo (fantasia de castração) ou a perda do amor dos pais.
É o que acontece, por exemplo, com algumas pessoas que ficam extremamente ansiosas em situações de conflito.
A ansiedade não aparece porque elas se sentem ameaçadas pelo outro com quem estão discutindo.
Na verdade, o que de fato as assusta são seus próprios impulsos agressivos, que elas reprimem desde a infância e que, portanto, são vistos como perigosos.
Para Freud, os SINTOMAS são justamente barreiras que nós construímos para evitar essa situação interna de perigo e, consequentemente, o surgimento da ansiedade.
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