
Rafael iniciou aquela primeira sessão com Yasmim apresentando sua demanda:
— Eu vim aqui porque preciso aprender a me controlar. É isso.
A analista permaneceu em silêncio, supondo que o paciente fosse dar mais detalhes. Como ele não o fez, Yasmim decidiu perguntar:
— Como assim se controlar?
— Eu tenho me irritado com muita facilidade. Na semana passada eu quase fui demitido depois de uma discussão com minha chefe.
— Como foi essa discussão?
— Ah, é uma longa história, Yasmim! O que importa é que eu perdi a cabeça e quase fui mandado embora. Eu preciso aprender uma técnica para me controlar.
A analista percebeu o movimento evitativo de Rafael, mas insistiu na tentativa de levá-lo a falar um pouco mais sobre a situação:
— Quando você diz que “perdeu a cabeça”, o que exatamente aconteceu?
— Opa! Não vá pensando que eu a agredi, não, tá! Eu sou homem! Jamais faria isso com mulher nenhuma! “Perdi a cabeça” é só modo de dizer.
— “Modo de dizer”?
— É… Eu não falei nada de mais. Só disse que ela não sabia o que estava fazendo. O problema é que eu levantei meu tom de voz e saí da reunião.
— É a primeira vez que uma situação desse tipo acontece, Rafael?
— No trabalho, sim. Com minha esposa acontece direto. Foi ela, inclusive, quem falou para eu vir aqui…
— Então você não marcou a consulta por iniciativa própria?
Nesse momento, Rafael ficou claramente irritado e disse, num tom de voz levemente mais alto:
— De forma alguma! Ninguém decide nada por mim. Eu vim por conta própria. Eu só falei que foi ela quem sugeriu. Eu não sou pau mandado, não, Yasmim!
A analista fez silêncio e, depois de alguns segundos, o paciente continuou:
— Tá vendo? Até aqui eu tô ficando nervoso… Preciso que você me ensine uma técnica para controlar isso.
Rafael é um típico paciente neurótico obsessivo.
Como Yasmim deveria lidar com a demanda apresentada por ele (“me ensine uma técnica”)?
E se esse paciente fosse histérico? Como provavelmente se apresentaria e como a analista deveria se posicionar?
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