As principais contribuições teóricas de Melanie Klein para a Psicanálise derivam de suas experiências de análise com crianças. Diferentemente do que pensava Freud, para quem a Psicanálise não seria possível com o público infantil, Klein acreditava que as crianças poderiam receber terapia psicanalítica desde que fossem feitas algumas adaptações no método que, até então, vinha sendo utilizado apenas com adultos. Klein defendia, por exemplo, que, em vez da associação livre (falar espontaneamente o que vier à cabeça), a técnica a ser utilizada com crianças deveria ser o brincar. Para a autora, é nas brincadeiras que as crianças expressam as fantasias que estão depositadas em seu Inconsciente e que se encontram na origem do adoecimento.
Bom dia Lucas,
comecei muito bem meu dia assistindo a este vídeo. Claro, tive alguma dificuldade em acompanhá-lo; mas, o que pude assimilar é que Freud primava pela separação entre doença psicossomática e doença da “neurose atual” – ou seja – aquela na qual o paciente estava vivenciando um sofrimento causado pelo que acontecia naquele momento; o que nada tinha a ver com os males causados pelo inconsciente. Este, dispunha de um mecanismo que conseguia separar a pessoa da própria pessoa, e este mecanismo criava então o tal corpo imaginário; que este sim, sofria do que ele guardava lá no fundo da gaveta do inconsciente.
Porém, eu lhe pergunto, o que Freud pensava ou que olhar ele lançava ao meio formador do indivíduo enquanto agente desta neurose atual? Seria para ele o paciente alguém totalmente aleatório aos acontecimentos do seu cotidiano. Pergunto isto porque se a esta que ele chamou se neurose atual estivesse relacionada com algo mais profundo, mais antigo, como detectá-la? Não foi um tanto simplista dividir que uma fora gerada de uma maneira psíquica e outra da materialidade do momento?
Abraços meu amigo e sigamos na luta “because, the book is go on!”.
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Olá Tânia!!! rsrsrs “The book is go on!” rsrs Vamos lá, então, às suas perguntas:
Freud utilizou muito pouco a noção de neurose atual. Para ele se tratava de algo mais ou menos assim: o indivíduo tinha desejo sexual. Em função de determinadas contingências, como coito interrompido, falta de parceira sexual, prolongamento das preliminares, esse desejo não era descarregado, digamos, “no tempo certo”. Então, a parte orgânica da libido permanece acumulada no corpo e se torna tóxica (o mesmo processo acontece quando uma pessoa fica longos periódos sem urinar – isso pode gerar cálculos renais). No caso, em vez de cálculos renais, a libido gera sintomas físicos como dor de cabeça, taquicardia, irritação em determinado órgão, etc.
Portanto, na visão de Freud, a neurose atual estava relacionada apenas a fatores da vida sexual atual do indivíduo, não tendo relação com sua história de vida. A rigor, do ponto de vista de Freud, tanto neuróticos quanto pessoas psiquicamente saudáveis poderiam experimentar uma neurose atual em função das contingências citadas.
É nesse ponto que eu concordo com você que talvez Freud tenha sido simplista. Talvez a eclosão de uma neurose atual, embora tenha como gatilho uma insatisfação sexual na vida atual, conte coma contribuição de fatores psíquicos para se desenvolver.
Um grande abraço! Espero ter respondido a contento!
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